sexta-feira, 20 de maio de 2011

CRIVO

A banda Crivo é da cidade de Vitória, no Estado do Espírito Santo. Os oito anos de estrada e as participações em coletâneas e shows importantes pelo Brasil ajudaram a construir a identidade dessa banda que mistura mpb-pop-rock-punk-core-crivo-e-outras-coisas-mais. Os figurinos coloridos, a alegria contagiante no palco e as letras simples e diretas - que falam de tudo, sob a ótica do amor - vêm conquistando cada vez mais a simpatia do público que acompanha as meninas e os meninos do Crivo. Tati (vocal, megafone, bateria e metalofone), Matê (guitarra, violão, violino e backing vocal), Dimas (percussão), Bruno (baixo e backing vocal), Léo (bateria) e Marcio (guitarra e violão) pulam, dançam e embalam canções cativantes, sem deixar de lado a atitude do bom e velho rock'n roll. Música para ouvir e cantar, pensar e discutir, entender e amar.
O pop-rock brasileiro andava meio triste. Andava. Eis que surgem a cor, o retalho, o recorte e a música. Eis que surge o “Crivo” - espécie de isolamento acústico (as famosas caixas de ovos das feiras livres) – que, em meados de 1996, em nada diminuía o sofrimento dos vizinhos que, após muita reclamação, chegavam a tomar atitudes radicais ao desligar o interruptor do relógio do prédio para calar a guitarra e a batera de meninas de 14 e 16 anos, fascinadas com os primeiros instrumentos. Dessa forma a banda formada há oito anos deu os primeiros passos em Vitória (ES). 

A arte está no sangue da família. Netas de um palhaço profissional e uma malabarista de circo, daquelas que ficam presas pelos cabelos nos malabares, Tatiana e Matê Wuo herdaram a veia cênica e a potencializaram ao extremo, ao formar o Crivo. “Não tem jeito, a arte está no sangue. Sempre fizemos aulas de música, dança, balé, sapateado, teatro..., desde cedo ouvindo muito Rock and Roll!”, conta Tati, que além dos vocais, toca bateria, megafone e metalofone no disco. Mambembes do rock, as meninas recrutaram o caçula Dimas Wuo na percussão e o baixista Bruno Miguel. Leo Batista dividiu as baquetas com Tati e Márcio Pinho, as guitarras com a Gibson SG vinho de Matê, que também toca violino e violão no álbum. 
Após gravar dois CDs independentes (Ilusão – 1998; Crivo Acústico – 2000) e participar de diversas coletâneas de bandas nacionais, a banda Crivo estréia 2005 com o CD homônimo, lançado pela T-Rec (distribuído pela Indie Records), fruto de um festival produzido pelo selo carioca, que premiou a banda capixaba com um contrato, dentre mais de 800 bandas selecionadas. Por falar em concurso, Tati foi eleita a melhor vocalista do Espírito Santo este ano e recentemente teve sua fita selecionada dentre 40 mil concorrentes, para participar do “Fama”, famoso reality show musical da TV aberta. “Nem sei se era muito a minha onda, pois queria mesmo era trabalhar com a banda”, diz Tati, ficando pelo caminho. 
No disco, 14 faixas de “mpb-pop-rock-punk-core-crivo-e-outras-coisas-mais”, como eles definem o som da banda. Mais do que isso, Crivo é colorido. No figurino e no som. Na melodia alegre de “Pra Consertar”, “Munda Voltas” e no pá-pá-pá de “Por Ela ou por Você” a banda apresenta fórmulas simples e diretas para falar de amor. Até mesmo as letras que falam de solidão ganham ares cor de rosa, como as madeixas rosas-choque de Tati. “Que por sinal são lindas”, se derrete a vocalista. Criando a perfeita atmosfera e sintonia com a música, o figurino teatral das meninas completa o espetáculo. “Ao vivo tem que ter um brilho. O público merece isso. Somos fantasia, arte e hoje vejo cada vez menos isso nos shows”, explica a vocalista, que junto com as mulheres da família, confeccionam as peças usadas no palco.
Gravadas nos estúdios “Casa da Floresta” e “Casa do Crivo” – computadores turbinados com Protools – as guitarras, violões, baixo e vocais do disco, entre outros instrumentos de alegoria proporcionaram à banda lapidar belas melodias de “Movimentos” e “O Telefone”. O gás da batera veio depois, nos estúdios capixabas S2 e Vitória. O resultado pode ser ouvido nas faixas “Ainda Não” e “Do you Really”, que é repleta de guitarras e rifes. Por falar em rifes de guitarra, vale ressaltar o beatlemaníaco rife de “Frações do Tempo”, bem apropriado para Tati e Mate, que dão uma de Lennon e McCartney assinando grande parte das composições. Apesar das influências que transbordam as fronteiras do país, “Crivo” fez questão de manter a cultura capixaba presente com toques de tambores de Congo e moringas, como na faixa “Eu só queria”. Aquecendo ainda mais a cena musical do Espírito Santo, as irmãs apresentam no disco de inéditas, parcerias com músicos do estado, como Alexandre e Amaro Lima, Lúcio Manga e Paulo Sodré, entre outros. 
Enquanto a alegria do sexteto capixaba conquistou a Companhia Siderúrgica de Tubarão e a Prefeitura Municipal de Vitória, através da Lei de Incentivo à Cultura, Crivo vem arregimentando fãs por onde passa com sua trupe colorida. Em outros casos, a banda vem parando o trânsito literalmente, como no ensaio das fotos para o novo álbum. É o Crivo cruzando a Terceira Ponte (um dos cartões postais de Vitória que liga a ilha à Vila Velha) para ganhar o mundo.


COMPONENTES:
Dimas Wuo - Percussão
Tati Wuo - Vocal e Bateria
Bruno Miguel - Baixo
Matê Wuo - Guitarra e Vocal
Bernardo John - Guitarra
Léo Batista – Bateria


DISCOGRAFIA:
(1998) ILUSÃO (EP)















(2000) CRIVO ACÚSTICO

(2005) CRIVO
01-Munda voltas
01-Pra consertar
03-Frações do tempo
04-Não vou voltar
05-Por ela ou por você
06-Do you really
07-Ainda não
08-Movimentos
09-Amor
10-Começo
11-O telefone
12-Luz
13-Eu só queria
14-Agora






VÍDEOS/CLIPES:
Munda Voltas
Videoclipe da banda Crivo. Dirigido por Otávio Pinto (Pantalla). Direção de fotografia: Juarez Pavelak. Gravado em um brechó, na Rua das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, em setembro de 2005. Estréia na MTV em fevereiro de 2006.

Crivo no Teatro Odisséia (Cultura da Ação)
Parte 1
parte 2


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