terça-feira, 9 de agosto de 2011

URUBLUES

A Banda Urublues tornou-se conhecida no Espírito Santo por vários motivos: pelo jeito irreverente de cantar as dores do ser humano, pelo seu trabalho essencialmente autoral e, não menos importante, por seu pioneirismo. 
Nascida de uma brincadeira de estudantes da Ufes, em 1988, a banda acabou tornando-se a mais antiga do Estado ainda em atividade em 2008 completou 20 anos e foi, também, o primeiro grupo musical do Espírito Santo a eleger o blues como matéria prima de seu repertório, o que lhe conferiu o título de "Pai do blues capixaba". 
Vale lembrar que no final dos anos 80 este gênero musical era quase desconhecido do grande público capixaba, que voltava sua atenção principalmente para o rock tupiniquim, para o heavy metal e para a estilos mais populares como a lambada. 
Aproveitando um momento de grande criatividade, a Urublues selecionou suas melhores composições para gravar um disco e, acabou inaugurando a era da tecnologia digital, em 1992, entrando para a história da música capixaba como a primeira banda do Espírito Santo a gravar um CD. 
Ato contínuo, a banda obteve uma conquista que até hoje mantém-se inédita: foi a primeira e única banda capixaba a participar do tradicional Festival de Inverno de Ouro Preto (MG), o que aconteceu em 1995. 
Com mais de 600 shows no currículo, a banda ganhou maior notoriedade ao dividir palco com artistas de renome nacional, como Lulu Santos, Barão Vermelho, Zeca Baleiro, Tribo de Jah e outros, além de apresentar nos maiores e melhores eventos musicais do Espírito Santo. 

ENTREVISTA COM URUBLUES EM 2008:
Nascida em meio à efervescência cultural do campus universitário de Goiabeiras, perto do mangue e fincada no conhecimento dado pela Ufes, a banda Urublues é a progenitora do movimento blues no Estado. Foi a primeira banda a usar o termo cunhado pelos negros do Mississippi em seu nome e o primeiro grupo capixaba a lançar um disco, em CD. As realizações da banda traduzem sua importância para a cena. Eles já dividiram palco com o Barão Vermelho, Lulu Santos e foram a única banda do Espírito Santo a tocar no Festival de Blues de Ouro Preto, em Minas Gerais.
O vocalista da Urublues Cauby Figueiredo fala casos sobre a banda, desde seu início, passagens marcantes por festivais e o que a banda espera fazer quando completar seus 20 anos, em 2008.


PERGUNTA: É muito comum que jovens universitários montem bandas no período de faculdade, mas vocês optaram pelo blues. Como foi a criação da Urublues?
Começamos na Ufes. Eu fazia jornalismo; Wagner, administração; Getúlio, direito; e Rodrigo, odontologia. Nos juntamos para participar do Festival de Alegre de 1988. Ainda não tínhamos nome, pegamos um poema de Adelino Pires chamado Urublues, fizemos a música, e tocamos no festival.
Na volta, gostamos do resultado, começamos a tocar nas festas da Ufes, batizamos a banda com o nome da poesia e até agora temos mais de 600 shows em nossa bagagem. Nunca paramos de tocar.Lançamos em 1992 o nosso primeiro disco, que também foi o primeiro CD feito por uma banda capixaba. Na época, o pessoal ouvia muito heavy metal, o movimento era forte, as bandas de rock tupiniquim e de lambada faziam muito sucesso. Eram os som que mais afetavam a galera.
Entramos na contra-mão de tudo isso. Na banda, todos gostavam de blues e resolvemos investir. Sabíamos que podíamos conquistar um público fazendo o nosso blues. A partir daí a banda começou a ser sinônimo de cult no meio acadêmico.
Em 1992, depois da gravação do disco, o Getulio e o Rodrigo saíram da banda e deram lugar para o Waninho, baterista, e o Dodó Lee Jones, nosso baixista. Estreamos essa formação no Rock'n'Lama, o festival de música que aconteceu na Rua da Lama, em Jardim da Penha.

PERGUNTA: Além do Waninho, vários bateristas passaram pela banda. Até hoje, quem já assumiu as baquetas do Urublues?
Realmente foram vários músicos que tocaram bateria no Urublues. Depois do Waninho, assumiram o posto os bateristas Sérgio Melo, Gabriel Ruy, Luiger Lima e Odair Stocco. Atualmente tocamos com o Heitor Nogueira.

PERGUNTA: A banda Urublues tem um currículo invejável. Depois de mais de 600 apresentações, o que você pode destacar de importante?
Em abril de 1995 fomos a única banda capixaba a tocar no Festival de Blues de Ouro Preto, em Minas Gerais. Esse evento é conhecido pela restrição a bandas de outros Estados. Os grupos brasileiros que se apresentam lá, normalmente, são mineiros e nós quebramos essa regra. Também tocamos na Bahia, na Praia de Cumuruxatiba, um verdadeiro paraíso.
Em 1996 abrimos o show do Barão Vermelho, na antiga boate Zoom, tocamos com Tribo de Jah e Celso Blues Boy. No Festival de Alegre tocamos também com o Lulu Santos e dessa vez aconteceu um dos momentos mais inusitados da carreira da Urublues.
No dia, como acontece de costume nos festivais, as bandas se atrasaram e o Lulu quis tocar antes de nós. Ficamos preocupados pois ele era a principal atração da noite e o fato de ele tocar antes poderia nos deixar sem público. Mas quando terminou o show, entrei no palco e chamei a atenção da platéia dizendo: Queria agradecer ao amigo Lulu Santos por abrir o show da Urublues. Obrigado, Lulu!
Fizemos um grande show, o Lulu Santos ficou revoltado, dizem que ele quis subir no palco para tirar satisfação comigo, mas não deixaram. Apesar da bela apresentação, nós nunca mais voltamos a tocar no Festival de Alegre.

PERGUNTA: Mais experientes e fora da Ufes vocês lançaram, em 2003, o disco Fluido. Como foi a produção do CD?
O nosso segundo disco demorou três anos para sair. Os integrantes já tinham formado família, os tempos eram outros. Quando nós íamos perder o benefício da lei, a produtora Denise Martins conseguiu emplacar nosso projeto. E o disco foi lançado em 2003, na extinta boate Stravaganza.

PERGUNTA: Em 2008 vocês completam 20 anos de estrada. O que pretendem fazer?
Quero fazer o show Twenty Years After ao lado da banda Lordose pra Leão, que é parceira do Urublues desde os tempos de Ufes, realizar o sonho de tocar no Festival de Blues e Jazz de Rio das Ostras e gravar mais um CD.
Temos um desafio também. Nós sempre tivemos um trabalho autoral, mas agora queremos agregar a isso algumas músicas clássicas do blues. Sentimos a necessidade de tocar músicas de B. B. King, Stevie Ray Vaughn, Wilson Picket e muito outros.


COMPONENTES:
Caubi (Vocal)
Dodó Lee (baixo)
Vagner Simonassi (guitarra)
Vaner Simonassi (bateria)






DISCOGRAFIA:
(1992) URUBLUES
01-Urublues
02-Flores sob o Mal
03-Baby Blues
04-No Berço dos Allman
05-Chegou a Hora
06-Momentos
07-Desculpe Baby
08-Transplante
09-Festa no Céu








(2002) FLUIDO
01-O trem
02-Valão da morte
03-+ Um ano
04-Elvira
04-A velha dúvida
06-Noite
07-Vodka & Blues
08-Olhos vidrados
09-Ser feliz
10-Bebe bem
11-Fluído


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