Lordose pra Leão surgiu
em 1991 no Curso de Comunicação da UFES se tornou conhecido no ES por ser a
primeira banda local a emplacar um sucesso em uma rádio comercial: Em 1992, a
canção "Jullyetsh" ficou em primeiro lugar durante 2 semanas na
extinta Rádio Capital (Rede Gazeta) e por dois meses a música esteve entre as 10
mais pedidas da emissora.
O
clima era de pura criação, anarquia, a Rádio Livre, muitas bebedeiras e euforia
universitária. Adolfo Oleari e Alex Pandini ( ES Notícias), ambos exímios
escritores, vagavam pelo campus à procura de músicos que dessem melodia às suas
poesias. Não haviam restrições de estilo, ideologia, idade. Por esse grupo
experimental, passaram pessoas de todos os gêneros musicais e os mais variados
instrumentos, porém poucos disponibilizavam-se a comparecer ao segundo ensaio,
devido à desordem em que se submetiam.
Nascia
desse movimento, a banda mais anárquica que eu já vira. Os ensaios eram abertos
a toda e qualquer pessoa disposta a dar a sua contribuição (ou não). As musicas
não tinham início nem fim, nem nome, nem autor fixo, aliás, nada era fixo
naquela época. Tudo era uma grande festa e a vida parecia ser um grande ensaio
de banda. A única coisa certa era o nome da banda: Lordose Prá Leão.
Antes
dessa tentativa, Adolfo havia feito um show, com a ajuda de uma banda já
formada. O baterista era Márcio Vacaloca que voltaria à banda anos mais tarde.
A
formação básica da banda aconteceu quando Serjão e Zé Renato matricularam-se no
curso e foram convidados por Adolfo para uma "experiência musical".
Serjão, Paraense, criado em Brasília, onde formou a sua cultura musical com o
punk, super presente nessa cidade, chegava a Vitória para estudar. Logo foi
notado, quando nas mesas dos bares da Lama, cantarolava e exibia a sua voz no
melhor estilo Tim Maia, relembrando suas épocas de Karaokê em Brasília. Esse
sabe muito sobre o rock nacional dos anos 80 e 90.
Zé
Renato, ex-trompetista da Banda da ETEFES, defendia o cascalho em bandas de
carnaval e bandinhas infantis, onde tocava fantasiado de Mickey, Tartaruga
Ninja e outros heróis. Era (e ainda é) um compositor de mão cheia.Sandro estava
meio parado depois do fim do Madian, quando Cidinho embarcou para os EUA,
tocava na noite numa banda cover do Barão Vermelho. Topei a parada, porém
achava que aquilo tudo era fogo de palha.
Rossini,
baterista e André Moreira, guitarrista completaram o elenco.
O
dia 25 de junho de 1992 foi um dia histórico. O pessoal da banda pegaram as
tralhas, jogaram numa sala de aula do CCJE e fizeram um show para encerrar a
Semana da Comunicação, que acontecia ali. O público entupiu a sala de aula e a
banda foi ovacionada. Ali surgiu a música "Julieth” apelido dado ao
professor que não quis emprestar os equipamentos do curso para tocarmos. E foi
ali também, o ponto de partida para a ascensão da banda. No dia seguinte não se
falava em outra coisa e logo o Lordose ficou conhecido entre toda a UFES.
Éramos convidados para tocar em qualquer festinha de turma, pelos corredores,
regadas a vinho.O público ria muito com as letras e nem se importava com a
qualidade musical da banda, que era sofrível. Mas a verdade é que a banda
agradava. Esse impulso inicial foi primordial para a banda avançar.
Em
1992, a canção "Jullyetsh" ficou em primeiro lugar durante 2 semanas
na extinta Rádio Capital (Rede Gazeta) e por dois meses a música esteve entre
as 10 mais pedidas da emissora.
Começaram
a tocar em todo e qualquer lugar, onde éram convidados. Numa manifestação pró -
impeachment do Collor (arg!), onde nos propomos a tocar. Parodiando a música do
"Batmam", que diz: "Batmam, Batmam, Batmam", cantamos:
"impeachment, impeachment, impeachment!" Essa brincadeira rendeu os
nossos primeiros segundos na televisão, numa reportagem que foi ao ar nesse
dia.
Continuaram
trabalhando e o Lordose passou a repercutir na imprensa. Passamos a fazer shows
maiores, como o Rock Lama II, que reuniu uma imensa multidão em Jardim da
Penha.
Daí,
a banda começou a sofrer mudanças freqüentes, porém sem parar de trabalhar e,
aos trancos e barrancos, foi adquirindo postura profissional e maturidade.
Somente Adolfo, Serjão e Zé Renato permanecem até hoje.
Sandro,
em 1995, saí para formar o "Ilness" com os irmãos guitarristas
Marcelo Maia ( atual Lordose) e Sandro Braga (atual Pé do Lixo), Demoner
(também atual Lordose) e Júlio Ogro. Porém a banda dissolveu-se um ano depois.
Quando o baixista que ocupava a vaga de Sandro do Lordose saiu, em 1996,
chamaram-lhe de volta. Logo que Sandro entrou, Marcelo Maia, que havia tocado
com o mesmo no Madian, Illness e no Albergue do Juvenal Blues Bang, ocupou
lugar de guitarrista e Vaccaloca retornou à bateria. Essa formação gravou o CD
"Os pássaros não calçam rua", que conta com algumas músicas que
tocamos nesse primeiro show, na sala de aula. Foi uma formação que permaneceu
em tempo - record sem mudanças e ficamos mais unidos do que nunca.
Em
98 o querido Vacaloca despediu-se da banda. Demoner, também velho companheiro
de bandas, assumiu seu lugar, sem abalar as estruturas. Demoner, após o fim do
Illness, partiu para a profissionalização. Tocou com nove entre dez músicos
capixabas, todo o tipo de música e passou a estudar bateria com força.
Atualmente, sossegou no Lordose e dá aulas de bateria.
Beto
Trombose, trombonista, era um convidado que fazia os "naipes" junto
com o Zé, mas conquistou seu lugar fixo na banda depois que largou o emprego
para passar um mês em turnê pelo Nordeste. Trombose, assim como Zen já se
vestiu várias vezes de Pato Donald, Smurf, Dino e outros, para divertir a
criançada.
O
Lordose já passou por experiências das mais diversas. Foram muitas brigas,
shows mau sucedidos, mudanças que provocaram retrocesso da banda e até
acidentes. Mas tudo é superável.
Das
lembranças ruins, porém engraçadas, foi numa ocasião em que o Lordose foi tocar
num clube em Maria Ortiz. Assim que começou o show, o público começou a vaiar e
gritar: "funk! funk! funk!"... Fizeram o nosso show inteiro, sem nos
importarmos com as vaias. Quase fomos linchados na saída. Não queriam deixar a
banda sair sem tocar o funk que eles queriam. Foi barra!
Das
boas, foi quando o Lordose abriu o show do Raimundos no Marista. Estávamos
apreensivos, pois não pudemos passar o som, o produtor do show nos hostilizava
a todo momento e o público gritava sem parar: "Raimundos!". Porém,
quando o apresentador anunciou Lordose Pra Leão, o público não nos decepcionou.
Ali eu senti o carinho e o apoio do público capixaba, que nos aplaudiu tanto
quanto os Raimundos. Fizemos um puta show. O desrespeito ficou por conta do
Produtor do show, o Sr. Alexandre Magno, que sumiu sem pagar o cachê da banda.
Musicalmente,
o Lordose sempre foi uma grande salada. Sem nenhum preconceito, utilizávam os
mais variados clichês, de todo e qualquer gênero. Somente com a formação que
gravou o CD, que definimos algumas coisas como o peso quase constante das
guitarras. A alegria sempre foi uma marca registrada. Estamos sempre pensando
em fazer músicas alegres e festivas, desde o começo.
Demo-Tape de 1992 |
Depois
da demo houveram várias outras sempre bem recebidas pelo público capixaba no
começo da década de 90. Em 1996 lançaram o 1º CD , “Os Paralelepípedos não voam
e pássaros não calçam ruas”, que rendeu uma turnê pelo país. Depois vieram
“Todo mundo ta feliz aqui na terra” (2001) e alguns EPs, singles e versões
cover, até que em 2003 lançaram “Lordose Live in Big Field…Piro que Merda!”
anunciando que seria o último da carreira.
Em 2005, por insistência dos fãs, a banda anunciou seu retorno.
Há
quase 20 anos que o Lordose Pra Leão faz um barulho em Vitória. Entre
idas e vindas, voltam à ativa com força total e um ótimo CD, batizado de “Tenho
Que Vomitar Meu Cérebro”. Planos de videoclipe, shows de lançamento e a
vontade de tentar sair tocando pelo Brasil novamente, apesar da idade,
triglicerídeos altos, gota e barriga - bem vindo ao peculiar mundo bizarro da
boa musica feita no estado do Espírito Santo.
Com
20 anos de estrada, o Lordose pra Leão está de volta com a formação que gravou
o 1º CD, mais o guitarrista Gean Pierre que gravou os outros 3 álbuns e Luciano
Cruz no saxofonista, que integrou a banda na Turnê do 2º álbum. O próximo
capítulo nesta trajetória será contado pelo Documentário que narrará os 20 anos
do Lordose Pra Leão. O projeto, que também foi viabilizado através da Lei Chico
Prego, é capitaneado pela Empresa Bossa Brasil, teve edição de Phillipe Grillo,
Direção de Lizandro Nunes e foi lançado no 1º semestre de 2012.
INTEGRANTES:
Adolfo
Oleari (Vocal)
Serjão
(Vocal)
Zé
Renato (Trompete e Voz)
Márcio
Vaccalôca (Bateria e Voz)
Sandro
Costa (Baixo)
Marcelo
Maia (Guitarra)
Gean
Pierre (Guitarra)
Luciano
Cruz (saxofone)
DISCOGRAFIA:
(1992)
UMA COISA RUIM (Demo-Tape)
01-Jullieth
02-Ananias
e o Cavalo
03-Profecia
(1996) OS PÁSSAROS NÃO CALÇAM RUA
Em 1996 sai
o 1º CD da banda "Os pássaros não calçam rua" que traz a
participação especial de Zé Ramalho entoando "Ananias e o
Cavalo" de autoria de Adolfo e Zé Renato. O estreitamento com o músico
paraibano se deu por conta da releitura "Heavy Metal" de "Frevo
Mulher" pela banda capixaba, versão que encantou Zé Ramalho.
01-O
Paralelepípedo Não Voa
02-Jullyetsh
03-Tudo
04-Frevo
Mulher
05-Homem
Pássaro
06-Desencucaê
07-Ananias
e o Cavalo
08-Dívida
09-José,
o Corvo
10-A
Festa do Leão
11-Filme
de Terror
12-Viver
de Renda
13-Governo
de Tão Falso
14-Pedro
Álvares
15-Macilentos
Peitos
16-Sábado
à Noite
17-Os
Pássaros Não Calçam Rua
(2001)
TODO MUNDO ESTÁ FELIZ AQUI NA TERRA
Em
2001 o Lordose lança "Todo Mundo está Feliz Aqui na Terra",
o título do CD faz referência à inclusão neste disco de uma versão que a banda
fez para a canção do músico cachoeirense Sérgio Sampaio. O 2º CD do
Lordose pra Leão emplaca "Um Indivíduo (Melo do Paletó)" executada
pela maioria das FMs capixabas. Neste mesmo ano a banda grava seu
primeiro vídeo-clipe, "Lara", com direção do cineasta Lizandro
Nunes. O 1º e 2º CDs do Lordose foram lançados graças ao apoio da Lei Rubem
Braga (Lei de incentivo à Cultura da Prefeitura de Vitória).
01
- Bonifácio Bilhões
02
- Quase um poema:
03
- Todo mundo está feliz aqui na Terra
04
- Bido Ivo – Advogado astronauta motoqueiro boi
05
- Pathos – Patética Apatia
06
- Flautim e tuba
07
- Modelo de filme, comida de aerosol
08
- Somos nada que interessa
09
– Gugu
10
- Hoje não vai dar
11
– Lara
12
- Um indivíduo
(2003) PIOR
QUE A MERDA – LIVE IN BIG FIELD
Em
2003, o Lordose Pra Leão gravou de forma "artesanal" um show
realizado no Bar do Pantera, em Campo Grande, Cariacica. Conta com
participações de João Moraes (Patuléia), Giuliano Ozzy (Porrada) e Dani Boy
(Símios).
01-Dey
Triuper
02-Feliz
no Pantera
03-Lara
Croft
04-Everifing
05-Bddêra
06-Homem
Pássaro
07-Padaria
08-Viver
de Renda
09-Frevo
Mulher
10-Ananias
e o Cavalo
11-California
Ober Ales
12-Você
Vai Se Salvar
13-Flautim
& tuba (Tábua de maré)
14-Um
Indivíduo
15-
Sábado à Noite
16-Jullyetsh
17-Rual
18-Show
de Calouros
19-Pantera
Manda Embora!
(2010)
EU TENHO QUE VOMITAR MEU CÉREBRO
“Tenho
Que Vomitar Meu Cérebro” tem 12 faixas de muito rock anos 80/90 com
influências de punk na música e nas letras, que em sua maioria têm o sarcasmo
como linha principal. Pra fechar a fórmula, um trompete que cai muito bem nas
músicas onde é colocado, como “Filme de Ação”.
O
CD é prensado e o encarte é muito bonito, com 10 páginas e as letras de todas
as músicas, todas escritas/desenhadas à mão em folhas de papel, o que deu um
efeito bem legal, ainda mais com as várias cores de tinta que foram usadas para
escrevê-las.
O
único ponto negativo é que a maioria dos nomes das músicas e das letras foi
escrita de forma embaralhada, como “Eu Tneho que Voimatr O meu Créebro”, o
que no começo pode ser engraçado, mas depois atrapalha um pouco pra quem quer
saber mais detalhes de cada faixa e da própria banda.
Destaco “Filme
de Ação” e “Glaucoma”, a história de um cara chamado Glau que se
depara com a sua mãe e uma colher de pau, dizendo “coma!”. Rá!
01-Eu Tenho
Que Vomitar o Meu Cérebro
02-Filme de Ação
03-A Rosa
04-Profecia
05-Ciência do Amor
06-Uma Coisa Ruim
07-Nos Pés
08-Glaucomia
09-O Homem Cria Cão
10-Pernas Carnudas
11-Apenas a Beleza Interior
12-Mas eu Não Sou Roberto Carlos
02-Filme de Ação
03-A Rosa
04-Profecia
05-Ciência do Amor
06-Uma Coisa Ruim
07-Nos Pés
08-Glaucomia
09-O Homem Cria Cão
10-Pernas Carnudas
11-Apenas a Beleza Interior
12-Mas eu Não Sou Roberto Carlos
VIDEOGRAFIA:
(2012)
LORDOSE PRA LEÃO – OVÍDIO
Documentário
de comemoração dos 20 anos do grupo capixaba Lordose Pra Leão. O filme tem 50
minutos de duração e conta com participação do cantor e compositor Zé Ramalho.
VÍDEOS:
LODOSE PRA
LEÃO: Ao Vivo no Teacher's Pub Vitória 19/10/2010
SITES:
O primeiro e o terceiro disco tem pra baixar não? Procurei na web e não achei?
ResponderExcluirQueria baixar os discos do Lordose, tem algum link que eu consiga ??
ResponderExcluirBanda e músicos top.meus amigos queridos saudades.guido arrastão ex batera do tiroteio.amo esses caras.
ResponderExcluirDemonet.bota uns para fumar.
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