Com
mais de 15 anos de carreira, o artista sintetiza composições elaboradas a
partir da diversidade de gêneros que cruzaram sua trajetória: samba, bossa
nova, ritmos nordestinos, toadas regionais, Clube da Esquina, pop-rock da década
de 80, música instrumental brasileira e jazz. "É um álbum totalmente
autoral, feito com músicas compostas por mim ao longo de 14 anos. É um trabalho
bem diverso", disse.
Graduado
em Letras e Música pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e em
Música Popular pela Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), Edivan
concilia a carreira de cantor, compositor e violonista com a de professor de
literatura brasileira e musicalização infantil.
O
cantor capixaba Edivan Freitas lançou "Andante", seu primeiro disco, no
ano de 2011. Produzido por meio da lei municipal de incentivo à cultura João
Bananeira, que possibilitou ao artista realizar este que é um dos grandes
discos de MPB produzidos no Espírito Santo em 2011. O CD "Andante" já
foi divulgado em municípios como São Gabriel da Palha, Marilândia, Santa Teresa,
Bom Jesus do Norte e Viana. Uma miniturnê também foi feita em Vitória, Linhares
e Cachoeiro de Itapemirim, em parceria com o cantor e compositor mineiro Sérgio
Santos.
O
seu primeiro CD, o qual certamente é um dos trabalhos mais representativos do
cenário capixaba atual. O autor é oriundo de uma das cenas culturais mais
efervescentes do estado, no caso, Cariacica. Compositor consagrado em Festivais
nacionais, já foi gravado por nomes importantes, como Aline Pignaton, Marcela
Lobbo e Turi Collura. Sua banda de apoio é formada por talentosos músicos:
Andrey Junca (baixista do Tabacarana), Dori Santana (piano, Big Bat Blues
Band), Anderson Xuxinha (bateria e percussões, ex-Java Roots) e Rodolfo Simor
(produtor do disco, guitarrista do Solana).
"Consegui
tocar meu disco em várias cidades, por meio de incentivos. Nos últimos dez
anos, o cenário musical capixaba vem melhorando. Costumo dizer que as leis de
incentivo são um presente para nós, uma grande força, mas não devemos nos
escorar. É um pontapé inicial", destacou Edivan.
“Andante” é repleto de samba, balada, rock,
samba-rock, toada, jazz, entre outros. Por ter vários estilos, o álbum pode
parecer sem unidade numa primeira audição. No entanto, depois de Marisa Monte,
Zeca Baleiro, Lenine e Chicos, César e Sciense (referências dos anos 90 para o
autor), isso não tem mais lógica. A unidade, nesses casos, era não ter unidade.
Na verdade, o álbum expõe o ecletismo estudioso e sem preconceito do autor,
amante das canções (sob qualquer roupagem) e da literatura.
Como
toda primeira obra musical ou literária, “Andante” acaba sendo uma coletânea do
que o cantor melhor produziu ao longo dos anos. E que coletânea! Já que o
compositor tem anos de estrada e estudo (FAMES e UFES). Dito isto, não deixe de
conferir este grande disco que já levantou poeira e fez muitos dançarem!
DISCOGRAFIA:
(2011)
ANDANTE
O
CD Andante é cria de Edivan, produzido e Arranjado por Rodolfo Simor, gravado e
mixado por Raphael Herdye e foi planejado com o profissionalismo que sempre
permeia suas apresentações. Quem conhece sabe da qualidade musical e
sensibilidade que ele coloca em cada uma de suas canções.
01-“De
Zica” – Um dos ótimos sambas do disco. É uma elegia a beleza negra. Bela
homenagem. Aqui, leia-se “zica” como pessoa maneira, legal, suave, que só
compra briga quando suas tradições são denegridas.
02-“Vira-lata”
– Outro grande samba do álbum. Ao mesmo tempo em que o eu lírico se diz um
nada, ele enaltece a missigenação. Desse modo, como a vida, o eu poético é
finito, volátil.
03-“Samba,
Suor e Samplers” – Samba-rock com pegada Lenine. O autor expõe que agora
“o funk é a voz do morro”, fazendo referência a “Eu sou o samba”, de Zé Kéti, o
qual um pequeno trecho é citado. Sem preconceitos, o funk é posto como algo
válido e expressão de um povo.
04-“Do
Riso” – Canção que remete Zeca Baleiro do disco “Líricas”. Bela toada.
Bela letra em que há até intertexto com “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães
Rosa. Destaque para o piano de Dori Sant’Ana.
05-“Andante”
- Grande música que dá nome ao álbum. Metacanção ao estilo José Miguel
Wisnik. Num tom melancólico, o compositor cita todos os estilos musicais que
lhe fazem a cabeça.
06-“Berimbau
Universal” – Ótimo rock. Destaque para a guitarra de Rodolfo Simor(produtor
do disco e guitarrista do Solana). Aqui, tem-se um Edivan antropófago,
dialogando com Carlinhos Brown, Baden Powell, entre outros, e expondo o
instrumento angolano berimbau, elemento fundamental da nossa capoeira.
07-“Ala
Perdida” – Ótima balada ao estilo Beatles (“Let it be”). A guitarra de
Simor lembra muito Radiohead também. A letra é um poema. Com lirismo, o cantor
consegue versar acerca de um drama, de um problema social sem ser piega ou
panfletário.
08-“Em
Mim” – Bela balada. A musa é algo local (em mim) e global (lugares do
mundo), pois passeia pelo coração do poeta e por diversos lugares do mundo. A
canção lembra muito Flávio Venturini, tanto em arranjo como em voz.
09-“Medida”
– Canção com ares de jazz e blues. Letra e melodia perfeitas.Destaque para
o piano de Turi Collura.
10-“Catraieiro”
– Esta não é uma canção, é um hino. Poderia muito bem ser o hino de
Vitória. É um clássico do cancioneiro do autor. A linda letra traz muitas
referências (intertextos), tais como “Auto da Barca do Inferno”, de Gil
Vicente, “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa, entre outros.
11-“Vitral”
– Canção filosófica sobre a vida e a morte. Dialoga com os problemas
atuais, a história e a religião. Bela salada poética.
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