terça-feira, 5 de novembro de 2013

COLETÂNEA: DIA D - AO VIVO (2001)

Com o objetivo de fazer valer cada vez mais o mote “Dia D o ano todo”, a Dia D Produções, empresa organizadora do festival homônimo, está lançando o CD “Dia D ao vivo”. Gravado na 3ª edição do evento (2001), que reuniu 18 mil pessoas na Praça do Papa, em Vitória, e consolidou o festival como o maior da cena capixaba, o CD, com 22 canções de bandas diferentes, registra um pouquinho do que de melhor aconteceu no evento, que neste ano contou com a participação de 52 bandas do Espírito Santo.
Segundo Cidinho Travaglia, produtor responsável pela direção artística do disco, gravar um CD ao vivo no Dia D já era um projeto para a 2ª edição do festival, que aconteceu em 2000. “Não rolou devido a correria, por questão de haver prioridades, foi chegando em cima do evento, ficando difícil… faltou organização mesmo”. “Para este ano”, contou o produtor, que também é sócio da Dia D Produções e da Lona Records, “colocamos como meta a gravação em ADAT, que é melhor, só que é bem mais caro também, é uma gravação digital, com oito canais, etc. Mas a gente não conseguiu, ia ficar muito caro, não tinhamos patrocínio pro evento, daí ficou difícil arriscar, acabamos gravando todos os shows em MD mesmo, direto da mesa”.
O uso desse método, em que todos os instrumentos são gravados num único canal continuamente, implicou muitas horas de trabalho para os produtores do disco, que tiveram que separar música por música e marcar as gravações que ficaram boas. “As músicas que começavam com um instrumento mais alto, ou que tinha algum estouro lá no meio da execução, nós fomos logo passando o rodo, descartando”, explicou Cidinho. Assim, segundo o mesmo, os critérios de seleção das músicas que entrariam no disco foram, principalmente, a qualidade da gravação e da execução. “Muitas bandas do Palco Vitória, como o Zémaria, ficaram de fora por causa de “pulos” na gravação”, lamentou. “Então foi selecionado o que foi ficando. Mas ainda assim a gente conseguiu tirar um CD muito bom até, um grande registro, um disco fiel, com muita alma”, comemorou.
Finalizado o árduo trabalho, que incluiu uma masterização no Estúdio Sala 11 (“onde deu para limpar muitos ruídos e dar uma encorpada muito boa”), Cidinho e os demais responsáveis agora só querem saber de botar seu bloco na rua: “Queremos divulgar o CD para a mídia de fora, fazer fervilhar a cena. A idéia é fazer o que a gente fala no evento, fazer o Dia D o ano todo. Isso é uma meta prá gente, com certeza com esse disco saindo vai estar tocando mais músicas capixabas nas rádios, vai estar chamando mais atenção para a cena capixaba. Vamos passar o verão com esse disco na rua, os turistas vão ver, revistas vão ver”. A distribuição do disco para a mídia de fora pode, inclusive, ajudar a trazer mais veículos para cobrir o Dia D: “Neste ano, muitos jornalistas que convidamos, mesmo com os custos sendo pagos por nós, não quiseram vir ao evento, acho que não levaram fé. Esse CD é mais uma peça muito forte para, ao longo do ano, a gente abrir o olho deles”, afirmou Cidinho.
Mas, qual é, afinal, o conceito desse disco? Com a palavra, Adolfo Ferreira, outro dos sócios da Dia D Produções: “O nosso objetivo foi levar pro CD a essência do festival, a diferença de ritmos verificada na cena capixaba. Para isso contribuiram até as fotos que foram feitas lá e estão no encarte do CD, está passando mesmo a alma do que rolou naquele dia, o Dia D. É um CD para quem quiser lembrar o que viveu lá e quem não viveu, sentir o gostinho”. E há a idéia de lançar um CD como esse a cada edição do Dia D, a partir de agora? “Sim, nossa meta é essa, lançar esse disco e lançar outro no ano que vem, talvez até com uma qualidade maior”, revelou Cidinho.
Segundo ele, foram prensadas inicialmente 4 mil cópias do CD, que será distribuído pela Lona Records e teve seu preço “tabelado” em R$ 14,90. O disco estará nas lojas a partir desta quinta-feira, dia 13/12, mesmo dia em que acontecerá, a partir das 19 horas no espaço “Novo Canto do Brasil”, no Shopping Vitória, uma jam session para comemorar a chegada do disco. Está confirmada a presença de vários dos artistas que tiveram música incluída no CD.



CRÍTICA:
Os produtores do CD “Dia D Ao vivo” acertaram na mosca em aspectos importantíssimos, mas pecaram em alguns pormenores. Dentre os grandes acertos estão a variedade rítmica e a inclusão de músicas cujos registros passam, realmente, a emoção dos shows do evento. Estão no CD ritmos que vão desde o congo de raiz da banda Mestre Alcides ao rock espacial da Nave, passando por reggae, pop, world music, ska, hardcore, heavy metal, blues, black music e hip-hop, o que mostra o caldeirão de estilos existente em nosso estado.
Já os aspectos que contribuem para passar ao ouvinte a sincera sensação de estar no festival, junto a outras 18 mil pessoas, estão nas várias faixas em que o locutor anuncia o início do show de uma banda, as em que a galera canta junto ou as onde os vocalistas contam histórias e fazem declarações ufanistas ao Espírito Santo, dentre outras. É impossível não se arrepiar ao ouvir a galera cantando em uníssono a música do Casaca. É impossível se conter ao pedido de “Vamos lá, levanta Dia D!” de Chocolate, do Java Roots. É impossível, enfim, não distinguir que o CD é um disco ao vivo como todo disco ao vivo deveria ser: emocionante!
Mas nem tudo é perfeito. Se um dos objetivos principais do disco é mostrar a cena capixaba para o público e a mídia de todo o Brasil, o encarte bem que poderia ser mais didático. E também não se pode negar que, do repertório das bandas incluídas no CD (sem contar, portanto, as que ficaram de fora), dava para selecionar canções mais representativas. Nisso, entretanto, a gente dá um desconto, dadas as dificuldades que os produtores enfrentraram para gravar os shows. E é bom deixar claro que esses problemas não chegam a tirar o brilho do disco, mais um álbum imprenscindível para as CDtecas de quem já curte ou quer conhecer a música capixaba.




MÚSICAS:
(2001) DIA D - AO VIVO
01-Antes do Relógio (Java Roots)
02-Da Da Da (Casaca)
03-Por Ela (Crivo)
04-Contato (Nave SA)
05-Por Que (SalvAÇÃO)
06-Além do Mar (Macucos)
07-Terra Prometida (Pé do Lixo)
08-Tindolelê (Banda de Congo Mestre Alcides)
09-No Caminho do Reggae (Herança Negra)
10-Faz Parte de Nossas Vidas (Suspeitos na Mira)
11-Adrenalina Viva (Undertow)
12-Sintonia (Bacana e o Universo Reciclado)
13-O Caminho (Tamy)
14-Tow Tow (Mahnimal)
15-Comer, Beber, Dormir (Lucy)
16-Viagem (Sasquatch)
17-Pindura (Última Coisa)
18-Mickey (Mukeka Di Rato)
19-O Dia Seguinte (Thor)
20-Wrath (S.M.D)
21-O Tom Azul do Blues (Paulo Branco)
22-Mojo Blues (Big Bat Blues Band)
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