segunda-feira, 12 de agosto de 2013

SÉRGIO SAMPAIO

Sérgio Morais Sampaio, “Sérgio Sampaio”, nasceu no dia 13 de abril de 1947, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim/ES e faleceu no dia 15 de maio de 1994, no Rio de Janeiro/RJ.

BIOGRAFIA:
Filho de Raul Gonçalves Sampaio, fabricante de tamancos, compositor e maestro, e de Maria de Lourdes Morais, professora primária. Primo de Raul Sampaio Cocco (ex-integrante do Trio de Ouro e autor de sucessos como 'Quem eu quero não me quer' e 'Meu pequeno Cachoeiro', sucesso de Roberto Carlos).
Cresceu em meio musical, povoado de partituras e instrumentos, devido à atuação do pai como regente diletante de várias bandas de música em Cachoeiro de Itapemirim.
os 16 anos, presenciou o pai compondo "Cala a boca, Zebedeu", música que viria a gravar, com grande sucesso, anos depois.
Adolescente, trabalhou, ouvindo muito rádio, na sapataria do pai e tornou-se um aficionado pela programação do rádio, tendo em Orlando Silva, Nélson Gonçalves e Sílvio Caldas seus primeiros ídolos, bem como os locutores Luiz Jatobá e Saint-Clair Lopes, cujo estilo esforçava-se em assimilar em imitações caseiras, o que acabou lhe valendo, aos 16 anos, a aprovação em um teste para locutor da ZYL-9, Rádio Cachoeiro. No rádio, aprimorou-se no ofício de locutor, aumentou sua cultura musical e desenvolveu o hábito, diário, de ler todos os jornais, o que o acompanharia pelo resto da vida. Ao receber o primeiro ordenado, saiu de casa e foi morar em uma república de estudantes, no centro da cidade. Apesar de ter um pai maestro, não se interessou por uma educação musical formal, iniciando-se ao violão com dois primos seresteiros, que lhe ensinaram os primeiros acordes. Tão logo aprendeu a tocar alguns boleros, passou a acompanhá-los nos fins de semana.
Em 1964, passou por um período de experiência na Rádio Relógio Federal, do Rio de Janeiro, ficando hospedado em casa de parentes, no subúrbio. Quatro meses depois, retornou a Cachoeiro de Itapemirim.
No ano de 1967, novamente na ZYl-9, atuou como locutor comercial, redator de jornais falado e assistente de produção em programa de calouros. Passou, também, a apresentar um programa nas tardes de sábado. No final daquele ano, viajou, novamente, para o Rio de Janeiro, a princípio disposto a se estabelecer como radialista, para, posteriormente, tentar a sorte como cantor-compositor.
Em 1974, casou-se com a capixaba de Mimoso do Sul, Maria Verônica Martins, e retirou-se, por algum tempo, da cena artística. Separado da primeira esposa, voltou a enfrentar problemas de saúde, contraindo uma pancreatite crônica, em fins dos anos 70.
No ano de 1981, casou-se, pela segunda vez, com a arquiteta carioca Ângela Breitschaft, com quem teve um filho dois anos depois, João Sampaio, afilhado do compositor Xangai. Em 1986, separou-se outra vez e retornou à casa dos pais em sua cidade natal. No ano seguinte, voltou para o Rio de Janeiro. Morou com amigos, como o poeta Sergio Natureza.
No início da década de 1990, levado por Xangai, apresentou-se na Bahia, quando conheceu a produtora de shows Regina Pedreira, com quem passou a viver, em uma casa em Itapuã. Com a saúde abalada por constantes crises de pancreatite, viu-se obrigado a uma reformulação em seus hábitos, reduzindo, paulatinamente, o consumo de álcool até abandoná-lo, inteiramente, por volta de 1993.
Em abril de 1994, acometido de uma crise de pancreatite, foi internado no Hospital IV Centenário, no bairro carioca de Santa Tereza, onde faleceu. Foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro.
Anos mais tarde, seus ossos foram levados para o Cemitério Parque de Cachoeiro de Itapemirim, onde permanece até os dias de hoje.
Em 2009 foi lançada pela Editora Língua Geral mais uma biografia sobre o compositor, desta vez escrita pelo poeta e professor da PUC-Rio Paulo Henriques Britto. Também com o título "Eu quero é botar meu bloco na rua", o livro fez parte da coleção "Língua Cantada", do Núcleo de Estudos Muiscais do CESAP-Ucam (Universidade Cândido Mendes) dirigido pela professora e pesquisadora de MPB Santuza Cambraia Naves.



DADOS ARTÍSTICOS:
Em 1968, vivendo no Rio de Janeiro, trabalhava como locutor durante o dia e como cantor de botequim à noite. Foi em uma mesa de bar que compôs, com seu colega radialista Erivaldo Santos, o samba-choro "Chorinho inconseqüente". Também freqüentava rodas de samba nos morro do Tuiutí (em São Cristóvão) e da Mangueira, quando, eventualmente, cantava e tocava violão.
Entre 1968 e 1970, atuou nas rádios Rio de Janeiro, Mauá, Carioca e Continental e morou em vagas nas pensões da Lapa.
A partir de fevereiro de 1970, quando se demitiu da Rádio Continental, passou a viver, exclusivamente, de música. Enfrentou muitas dificuldades, chegando a dormir em bancos de praças ou de favor em casa de amigos. Neste mesmo ano, morando na Casa do Estudante Universitário, na Lapa, participou do "Festival Fluminense da Canção", no Ginásio Caio Martins, em Niterói, uma das eliminatórias estaduais para o "V FIC" - Festival Internacional da Canção - da TV Globo. Sua canção "Hei, você" não alcançou premiação, ficando apenas entre as 20 finalistas. Nesse período, freqüentando os pontos de compositores no centro do Rio de Janeiro, conheceu Odibar (parceiro de Paulo Diniz), que o convidou para acompanhá-lo, ao violão, em um teste na gravadora CBS. Na ocasião, acabou sendo aprovado no lugar de Odibar, depois de executar duas músicas de sua autoria a pedido do produtor Raul Seixas. Contratado pela CBS no início de 1971, tornou-se amigo e parceiro musical de Raul Seixas, que logo providenciou para que ele e seu irmão Jorge (Dedé Caiano) fizessem parte do coro de gravações de Renato e seus Blues Caps e de outros artistas da companhia. Assinando sob o pseudônimo de Sérgio Augusto, escreveu a letra de "Sol 40 graus", uma melodia do produtor e arranjador Ian Guest (que assinava como Átila), sucesso de 1971 do Trio Ternura, que também gravou, de sua autoria, "Vê se dá um jeito nisso" (c/ Raul Seixas e Mauro Mota). Ainda como Sérgio Augusto, assinou "Amei você um pouco demais" (c/ Raul Seixas), gravada por José Roberto, e "Hoje é quarta-feira" (c/ Tony e Frankie), gravada pela dupla, em 1971. Em meados daquele ano, conheceu um relativo sucesso com "Coco verde", de seu compacto de estréia, produzido por Raul Seixas, com arranjos de Ian Guest. Neste mesmo ano de 1971, a música foi regravada pela cantora Dóris Monteiro, no LP "Dóris", da EMI-Odeon. Em julho deste mesmo ano, voltou a Cachoeiro de Itapemirim para participar do "II Festival de MPB" de Cachoeiro de Itapemirim, no qual obteve a 1ª e a 4ª colocações com as músicas "Pequeno mistério" e "D. Maria de Lourdes", respectivamente. Em seguida, em parceria com Raul Seixas, compôs várias músicas para uma espécie de ópera-rock, um projeto logo mutilado por seguidos cortes da censura nas letras. O que passou no crivo dos censores resultou no disco "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez", gravado e lançado sem o conhecimento da direção da CBS. Era uma coleção de pastiches musicais de samba, rock e música nordestina, com letras críticas, entremeada por vinhetas satirizando o cotidiano. Deste mesmo disco participaram Raul Seixas, Míriam Batucada e Edy Star e foram incluídas, de sua autoria "Eta vida" (c/ Raul Seixas) e "Chorinho inconseqüente" (c/ Erivaldo Santos), interpretada por Miriam Batucada. Ainda em 1971, participou do "VI FIC", no Maracanãzinho, interpretando, de sua autoria, "No ano 83", sendo eliminado na primeira fase. Contou, nos vocais de apoio, com a presença de Jane Vaquer, mais tarde conhecida como Jane Duboc.
No ano de 1972, Míriam Batucada gravou, de sua autoria, "Diabo no corpo" e, novamente com produção de Raul Seixas, lançou um compacto com "Classificados nº 1" e  "Não adianta", seu último trabalho pela CBS. Contratado pela Phillips/Phonogram, por indicação do amigo Raul Seixas, concorreu no "VII FIC", em outubro de 1972, com a marcha-rancho "Eu quero é botar meu bloco na rua", tendo a seu lado o jovem guitarrista Renato Piau. Embora a música não tenha ficado entre as vencedoras, o compacto "As melhores do VII FIC", lançado em seguida, ultrapassou a marca de 500 mil cópias vendidas. O disco trazia de um lado a música "Diálogo" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), interpretada por Tobias e Márcia, e do outro lado, "Eu quero é botar meu bloco na rua".  A composição foi o maior sucesso do carnaval do ano seguinte.
Em 1973, lançou o primeiro LP, com o mesmo título de sua música de sucesso "Eu quero é botar meu bloco na rua", produzido por Raul Seixas, acompanhado por músicos como José Roberto Bertrami, Alexandre Malheiros, Ivan Conti, Renato Piau e Wilson das Neves. Apesar da boa execução em rádio de "Cala a boca, Zebedeu" (de autoria de seu pai), "Odete" e "Viajei de trem", além das constantes aparições do artista em programas televisivos da época, o disco foi um fracasso de vendagens, estimadas, na época, em cerca de cinco mil cópias. Dois meses depois, apresentou-se na "Phono 73", uma série de shows com o elenco da Phillips, no Parque das Convenções do Anhembi, em São Paulo. Os shows deram origem ao LP "Phono 73", do qual participaram também Nara Leão, Gal Costa, Jorge Ben, Toquinho, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, entre outros. Em outubro do mesmo ano, depois de uma curta temporada no Teatro Opinião, voltou a São Paulo para receber o "Troféu Imprensa", promovido pelo Programa Sílvio Santos, da Rede Globo, como "Revelação de 72". Oferecida à Maria Bethânia meses antes, sua composição "Quatro paredes" foi gravada, parcialmente, pela cantora em seu LP, de 1973, "A cena muda". Ainda em 1973, Miriam Batucada lançou em compacto, pela CBS, um samba de sua autoria "Diabo no corpo". No ano seguinte, a cantora regravou "Eu quero é botar meu bloco na rua", no LP "Amanhã, ninguém sabe", da gravadora Continental. No ano seguinte, lançou em compacto "Meu pobre blues", com produção de Roberto Menescal. Composição dirigida a seu ídolo Roberto Carlos, oscilava entre a reverência e a crítica.
No ano de 1975, lançou, pela Continental, um compacto com "Velho bandido" e "O teto da minha casa". A primeira remetendo a Moreira da Silva, o "Kid Morengueira", e a segunda uma toada em parceria com o jovem letrista Sergio Natureza. No mesmo ano, sua marchinha "Cantor de rádio" foi incluída no LP "Convocação geral nº 2", da Som Livre, enquanto um curta-metragem a seu respeito era exibido em alguns cinemas do Rio de Janeiro. No ano seguinte, em 1976, gravou o LP "Tem que acontecer". O disco foi produzido por Roberto M. Moura, arranjos de João de Aquino e contou com as participações de Altamiro Carrilho, Abel Ferreira, Zé Menezes, Maurício Einhorn, Bide, Marçal e Eliseu. Neste LP foram incluídas as composições "Que loucura", uma homenagem ao poeta tropicalista Torquato Neto, a versão integral do samba-canção "Quatro paredes", "O que pintá, pintou", de autoria de  Raul Sampaio, e "Velho bode", em parceria com Sergio Natureza.
Em 1977, pela gravadora Continental, lançou em compacto "Ninguém vive por mim". O outro lado do compacto trazia o samba-canção "História de boêmio" (Um abraço em Nélson Gonçalves). Neste mesmo ano, desligou-se da Continental, que acabaria sendo sua última gravadora. Ainda em 1977, a cantora Zizi Possi regravou, com sucesso, "Meu pobre blues", em seu compacto de estréia na PolyGram. No ano seguinte, Marcos Moran regravou "Eu quero é botar meu bloco na rua" no seu LP "Brasileiríssimas vol. 2", lançado pela gravadora Polydor.
Permaneceu cerca de cinco anos afastado dos estúdios, não deixando, porém, de compor novo material.
No ano de 1978, no Teatro Opinião do Rio de Janeiro pelo "Projeto Seis e Meia", dividiu o show "Opinião, deixo com você" com o cantor e compositor Tião Motorista. Neste mesmo ano e no mesmo teatro apresentou o show "Agora".
No ano de 1980, compôs a trilha sonora para a peça "Mural Mulher", de João das Neves. No ano seguinte, participou do "Projeto Pixinguinha", ao lado de Erasmo Carlos e das Frenéticas, inicialmente com temporada no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, seguindo, depois, por cidades de Santa Catarina. Durante esta temporada, escreveu a canção "Feminino coração de Deus", para Erasmo Carlos, que a gravou em 1981, no disco "Mulher".
Em 1982, gravou seu terceiro LP, "Sinceramente", um trabalho independente, financiado pela família da esposa. O disco trazia, entre outras, mais uma parceria com Sergio Natureza, "Cabra cega", e o samba "Doce melodia", com a participação de Luiz Melodia. Nos anos seguintes, longe da mídia e do grande público, apresentou-se quase sempre em bares, sobrevivendo de cachês e algum direito autoral.
Entre 1984 e 1986, teve como acompanhante o compositor Moacyr Luz, ao violão.
No ano de 1987, Luiz Melodia regravou, com sucesso, "Que loucura", em seu LP "Claro", pela Continental. No ano seguinte, fez uma temporada de dez dias na Sala Funarte, do Rio de Janeiro, ao lado do cantor e compositor Jards Macalé.
Nos primeiros anos da década de 1990, radicou-se na Bahia, onde viveu um renascimento artístico, com muitas composições novas e uma movimentada agenda de shows em várias capitais nordestinas. Seu sucesso "Eu quero é botar meu bloco na rua" foi, novamente, regravado, primeiro pelo grupo Roupa Nova no CD "De volta ao começo", pela gravadora BMG-Ariola, em 1991, e, depois, por Elba Ramalho, no CD "Paisagem", em 1993.
No início de 1994, foi convidado, pelo selo paulista Baratos Afins, para gravar um novo disco com músicas inéditas, projeto que não chegou a realizar, pois, em maio deste mesmo ano, viria a falecer.
Em 1996, Sergio Natureza organizou o show "Balaio do Sampaio", na casa noturna Hipódromo Up, no Rio de Janeiro, com a participação de Alceu Valença, Eduardo Dusek, Hyldon, Marcos Sacramento, Renato Piau, Jards Macalé, Elza Maria, Chico Caruso e os poetas Salgado Maranhão, Euclides Amaral e Elisa Lucinda e, ainda, seu biógrafo Rodrigo Moreira. Este show viria a ser apresentado em várias casas noturnas e teatros, neste mesmo ano, como o realizado no Teatro Rival, com Luiz Melodia, Jards Macalé, Lenine, Zeca Baleiro e Clara Sandroni. Neste mesmo ano, Luiz Melodia gravou "Cruel", em seu CD "14 quilates". No ano seguinte, 1998, Marcos Assumpção regravou "Cabra cega" (c/ Sergio Natureza). Neste mesmo ano, pela gravadora MZA/Polygram, com produção de Sergio Natureza, foi lançado o CD "Balaio do Sampaio", do qual participaram vários amigos e admiradores. O disco incluiu as músicas "Até outro dia", interpretada por João Nogueira, "Cala a boca, Zebedeu" (Raul Sampaio), com Luiz Melodia, "Velho bandido", cantada por Jards Macalé, "Feminino coração de Deus", com interpretação de Erasmo Carlos, "Tem que acontecer", com Zeca Baleiro, "Rosa púrpura de Cubatão", com João Bosco, "Pavio do destino", com Lenine, "Que loucura", com Renato Piau, "Em nome de Deus", cantada por Chico César, "Velho bode" (c/ Sergio Natureza) interpretada por Eduardo Dusek, "Meu pobre blues", com Zizi Possi, e duas versões de "Eu quero é botar meu bloco na rua", a primeira com a voz de Sérgio Sampaio remasterizada em um novo arranjo do maestro Eduardo Souto, e outra com Elba Ramalho. Em novembro de 1998, o disco foi lançado no Teatro Rival, com as participações de João Nogueira, Chico César, Simone Guimarães, Paulinho Moska, Jards Macalé, Zé Renato e Rita Peixoto, entre outros.
Em 1999, Luiz Melodia regravou "Cruel", em seu CD "Acústico ao vivo", pela gravadora Indie Records. No ano seguinte, Rodrigo Moreira lançou, pela Editora Muiraquitã, "Eu quero é botar meu bloco na rua", biografia autorizada do artista, com depoimentos de vários artistas: João Nogueira, Zeca Baleiro, Chico César, Erasmo Carlos, entre outros.
Em 2001, Zeca Baleiro gravou "Roda morta", parceria com o poeta Sergio Natureza. Ainda neste ano, a cantora e compositora capixaba Márcia Coradine regravou "Cabra cega", também em parceria com Sergio Natureza.
Em 2003, foi lançada, pela gravadora Som Livre, um CD com 13 faixas inéditas de Raul Seixas, entre as quais "Nicuri é o diabo", uma antiga parceria de Raul Seixas e Sérgio Sampaio.
Em 2005 Renato Piau regravou "Meu pobre blues", incluída na coletânea "Balaio atemporal", lançada pelo selo Guitarra Brasileira. Ainda em 2005 Zeca Baleiro participou do disco "Um pouco de mim - Sergio Natureza e amigos", no qual interpretou a faixa "Roda morta", parceria de Sérgio Sampaio e Sergio Natureza.
Em 2005 Zeca Baleiro produziu e lançou por seu selo Saravá Discos o CD póstumo "Cruel", no qual foram incluídas diversas composições inéditas na voz do compositor, entre as quais "Em nome de Deus", "Polícia, bandido, cachorro, bandido", "Brasília", "Magia pura", "Rosa púrpura de Cubatão", "Muito além do jardim", "Real beleza", "Pavio do destino", "Quero encontrar um amor", "Quem é do amor", "Cruel", "Uma quase mulher", "Maiúsculo" e ainda "Roda morta", em parceria com Sergio Natureza. No mesmo disco foram incluídos novos instrumentos e remasterizadas algumas gravações, as quais Sérgio Sampaio havia iniciado para a produção deste disco, segundo a própria ex-esposa, seria lançado pelo selo paulista Baratos Afins no ano de 1994. O CD ainda trouxe pequeno depoimento de Sergio Natureza e texto biográfico de Rodrigo Moreira, seu biógrafo oficial.
Em 2009 foi apresentada, na Caixa Cultural - Teatro de Arena, no Rio de Janeiro, a homenagem "Velho bandido - O bloco de Sérgio Sampaio", com direção musical de Daniel Montes e apresentação de Sergio Natureza. Nos três dias da homenagem ao cantor e compositor apresentaram-se Mariano, Roger Hitz, Euclides Amaral,  André Jamaica, Luiz Melodia, Moacyr Luz, Roberto Lara, Gabriel Azevedo, Thaís Sabino, Hyldon, Chico Caruso, Renato Piau e João Cavalcanti. Espetáculo apresentado também em São Paulo. Outra homenagem ao compositor também aconteceu paralelamente no estado do Espírito Santo com o show "Tangos e outras delícias de Sérgio Sampaio", com o Duo Zebedeu e o cantor Juliano Guauche. Neste mesmo ano o trio capixaba integrado pelo cantor Juliano Gauche e os violonistas Fábio Carmo e Júlio Santos (Duo Zebedeu) lançou o CD "Hoje não!", disco todo dedicado à bora de Sérgio Sampaio, com regravações e a inédita "Hoje não!", que dá título ao trabalho. No CD foram regravadas "Filme de terror", "Real beleza", "Nem assim", "Homem de trinta" e "Polícia, cachorro, bandido e dentista".



CARREIRA:
Após ter sido radialista em Cachoeiro, Sérgio foi tentar a careira musical no Rio de Janeiro. Contratado pela CBS (hoje Sony/BMG), Sérgio lançou ao lado de Raul Seixas o álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez em 1971. No ano seguinte, lançou a marcha-rancho Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua no Festival Internacional da Canção. A música se tornou sucesso nacional e deu nome ao primeiro disco solo de Sérgio. Apesar do sucesso do compacto do Bloco, o LP não foi bem-sucedido, em parte pelo comportamento displicente de Sérgio, que se dedicava mais à vida boêmia carioca do que à divulgação do álbum.
Já com o rótulo de "maldito" da MPB, Sérgio passou por várias gravadoras e lançou um álbum independente. Alcoólatra, só se recuperou do vício na década de 90, mas acabou falecendo antes de retornar a carreira.
CRONOLOGIA:
1947
Sérgio Moraes Sampaio nasce a 13 de abril, em Cachoeiro de Itapemirim, filho de Raul Gonçalves Sampaio, fabricante de tamancos e maestro de banda e Maria de Lourdes Moraes, professora primária.
1956
Começa a ajudar o pai na tamancaria. Na escola é aluno aplicado, eventualmente o melhor da classe: Dona Maria de Lourdes o colocava para estudar em casa todos os dias.
1963
Fica vidrado no samba "Cala a boca, Zebedeu", de autoria de Seu Raul, inspirado numa vizinha da Rua Moreira que espinafrava o marido diariamente. O apelido do sujeito era "Fulica".
1964
Ingressa como locutor na XYL-9, Rádio Cachoeiro. Torna-se um fã do samba-canção de Orlando Silva, Nélson Gonçalves e Sílvio Caldas.
1965
Passa três meses de experiência como locutor da Rádio Relógio Federal, no Rio de Janeiro. Retorna a Cachoeiro para servir no "Tiro de Guerra" local. É detido freqüentemente por trocar os pernoites por incursões aos bares e bordéis cachoeirenses.
1967
Mudança definitiva para o Rio de Janeiro, para tentar a vida como locutor ou cantor-compositor.
1969
Passagens pelas rádios Rio de Janeiro, Mauá e Carioca. Ingressa na rádio Continental, onde conhece Erivaldo Santos, parceiro no primeiro samba feito no Rio, "Chorinho inconseqüente", mais tarde incluído no LP "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez".
1970
Novembro: acompanha ao violão o compositor Odibar, parceiro de Paulo Diniz em "Quero voltar para a Bahia", num teste na gravadora CBS com o então produtor Raulzito. As músicas de Odibar não agradam e Sérgio canta composições suas como "Coco verde" e "Chorinho inconseqüente". Na saída, Raul Seixas lhe diz ao pé do ouvido: "Volte amanhã".
1971
Janeiro: assinatura do contrato com a CBS. Sérgio e Raul se tornam amigos. Com Raulzito, Sérgio conhece o rock e o pop internacional em geral. Abril: "Sol 40 graus", com o Trio Ternura, é a primeira letra de Sérgio Sampaio a ganhar as rádios. Ele assina a música como "Sérgio Augusto" e seu parceiro Ian Guest, como "Átila". Compoe e grava numa fita demo "Minha miragem" parceria com Yan, hoje a fita pertence ao produtor musical Emerson Lavicchi, que pretende lança-la muito em breve.
Junho: compacto "Coco verde/"Ana Juan", direção artística de Raul Seixas e arranjos de Ian Guest. O disco toca muito, devido à ajuda de amigos disk-jockeys de Sérgio, mas vende pouco.
Setembro: LP "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez", com Raul Seixas, Míriam Batucada e Edy Star, que causa na época o maior fordunço na gravadora CBS. Também pudera: o disco era uma verdadeira sessão de escracho musical, uma coleção de pastiches de rock, samba e ritmos nordestinos, com letras sarcásticas, entremeadas por piadas e sátiras ao cotidiano em forma de vinhetas malucas.
Outubro: Sérgio participa do VI FIC com "No ano 83", de sua autoria. A seu lado, nos vocais, Jane Vaquer, futuramente conhecida como Jane Duboc.
1972
Março: conhece o guitarrista Renato Piau nos corredores da CBS.
Abril: compacto "Classificados nº 1"/ "Não adianta". Direção artística de Raul Seixas.
Setembro: Pelas mãos de Raul Seixas, que já estava na gravadora, Sérgio ingressa na Phillips, dirigida por André Midani, para trabalhar com o produtor Roberto Menescal. Gravação de "Eu quero é botar meu bloco na rua", inscrita no VII FIC, com presença de Piau no violão, Ivan Machado no baixo, os "Cream Crackers" na percussão, Raul Seixas e membros dos Golden Boys no coro.
Outubro: estouro no FIC com o "Bloco", que invade as rádios de todo o Brasil.  Em poucos meses, vendas de mais de 300 mil compactos.
Dezembro: Sérgio contrai tuberculose, mas ainda assim começa as gravações de um LP para a Phillips, com produção de Raul Seixas, e na banda de apoio Renato Piau, o tecladista José Roberto Bertrami, o baixista Alexandre Malheiros e Ivan "Mamão" Conti na bateria. Também participam os "Cream Crackers" e o baterista Wilson das Neves.
1973
Março: sai o LP "Eu quero é botar meu bloco na rua". Mesmo contendo a música de grande sucesso, torna-se um fracasso comercial e de crítica. No entanto, permanece até hoje como o disco preferido da maioria dos sampaiófilos. Apesar da boa execução nas rádios de músicas como "Viajei de trem", uma toada-rock de alta lisergia, a valsa pop "Leros & leros & boleros" e os sambas "Odete" e "Cala a boca, Zebedeu", a vendagem não ultrapassa as 5 mil cópias.
Maio: apresentação na série de shows "Phono 73", em São Paulo.
Outubro: Sérgio recebe o "Troféu Imprensa", o "Oscar brasileiro", do programa "Sílvio Santos", na TV Globo, como "Revelação de 72".
1974
Janeiro: compacto "Meu pobre Blues"/ "Foi ela". A primeira, uma lírica e dúbia elegia ao seu ídolo de juventude, Roberto Carlos. A segunda, um samba com feeling de rock, cadenciado e envolvente.
Abril: casa-se com Maria Verônica Martins (Ponka), numa cerimônia hippie em Cachoeiro. Aplica um beijo na testa do Juiz de Paz no final.
Junho: rescinde o contrato com a Phillips e retira-se por algum tempo em Mimoso, cidade próxima a Cachoeiro, onde compõe o samba "Velho bandido".
1975
Janeiro: retorna ao Rio e ingressa na gravadora Continental.
Junho: compacto "Velho bandido"/"O teto da minha casa", com produção de Roberto M. Moura e arranjos do violonista João de Aquino.
Novembro: sua marchinha "Cantor de rádio" é incluída no LP "Convocação Geral nº 2", da Som Livre.
1976
Janeiro: show "O pulo do gato", da SOMBRÁS, no Teatro Casa Grande, com Jards Macalé e Dona Ivone Lara. Entre maio e junho, gravações e lançamento do LP "Tem que acontecer", muito elogiado pela crítica mas pouco executado nas rádios.
1977
Março: compacto "Ninguém vive por mim / História de boêmio(Um abraço em Nélson Gonçalves).
Junho: cancelamento de um novo LP para a Continental seguido da rescisão do contrato.
Agosto: show no Teatro Tonelero, organizado por universitários, com Fágner, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Lô Borges.
1978
Junho: internação no Hospital Miguel Couto do Rio com uma crise de pancreatite.
Novembro: lota por uma semana o Teatro Opinião, do Rio, com o show "Agora".
1979
Julho: temporada de 15 dias na Sala Funarte/Sidney Miller, no Rio, ao lado do compositor Carlos Pinto.
1982
LP independente "Sinceramente". Um trabalho denso e confessional, enfocando ao mesmo tempo as diversas facetas pessoais e artisticas de Sampaio. Lançado em meio à explosão de ursinhos blau-blaus, batatas-fritas e folias na praia da "niuêive" carioca, o disco passa despercebido.
1983
Fevereiro: nasce João Sampaio, da união com Angela. O compositor Xangai (Eugênio Avelino) é o padrinho.
1986/87
Mesmo os mais atentos fãs acham que Sampaio abandonou a carreira. Raramente se ouve falar nele. Seus discos viram peças de colecionador, disputados a tapa nos sebos de todo o páis. Letras como as de "Meu pobre Blues" ou "Ninguém vive por mim", músicas lançadas apenas em compacto, são cultuadas e reconstituídas verso a verso pelos "sampaiófilos" de carteirinha. Os 80 são realmente um habitat muito ingrato para Sampaio: nenhuma música no rádio, magros direitos autorais e escassos shows, quase sempre em bares e sem nenhuma cobertura da mídia. Na vida pessoal, o alcoolismo minando dia a dia suas forças. Ainda assim, o artista continua compondo regularmente e cada vez melhor suas novas músicas, que apresenta nos shows lado a lado com seus cavalos de batalha.
1988
Outubro: temporada de 10 dias na Sala Funarte, do Rio, com Jards Macalé.
1989
Encontra com Raul Seixas em São Paulo. O Sérgio se assusta o o estado do amigo. O encontro foi gravado em video pelo RRC.
1990
Novembro: shows no Segredo de Itapuã, Bahia, ao lado de Xangai. Parte do Show foi lançadop em CD Demo. Sérgio começa a namorar a produtora de shows Regina Pedreira e resolve mudar-se para a Bahia.
1991/92
Os ares baianos fazem muito bem a Sampaio, que vivencia uma espécie de renascimento artístico e pessoal. Novas composições e diversos shows em bares da periferia de Salvador e em outros estados nordestinos.
Outubro/92: participação no show "Baú do Raul", na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, na Bahia, cantando músicas do LP "Sociedade Kavernista...".
1993
Fevereiro: no aniversário do filho João, Sérgio anuncia que deixou a bebida. Ao longo do ano, shows em Brasília, Goiânia, Vitória e Rio de Janeiro.
1994
Janeiro: Convite do selo paulista Baratos Afins para gravação de um CD de inéditas. Abril: aniversário no Rio com presença de amigos como Sérgio Natureza, Chico Caruso e Luiz Melodia.
Maio: internação no CTI do Hospital IV Centenário com crise aguda de pancreatite. Sérgio estava muito debilitado, nao queria ser visto por ninguém, falece às 5 da manhã do dia 15 de maio. Poucas pessoas acompanham o enterro, sinal de abandono, a mídia pouco se falou. O maldito descansava...
2006
Depois de muito tempo esquecido, enfim a volta. Cd Cruel produzido por Zeca Baleiro.



OBRAS:
·    A corda ré quebrou (inédita)
·    A luz e a semente
·    A rebelião das biritas (inédita)
·    Adiante (inédita)
·    Ai, ai de mim (inédita)
·    Amei você um pouco demais (c/ Raul Seixas)
·    Amigo de Béu (inédita)
·    Ana Juan (c/ Odibar)
·    As pessoas que eu amei (inédita)
·    Até outro dia
·    Bem que eu me avisei (inédita)
·    Brasília
·    Cabra cega
·    Cabras pastando
·    Cada lugar na sua coisa
·    Cantar bonito (inédita)
·    Cantor de rádio
·    Cavalo doido (inédita)
·    Chorinho Inconseqüente (c/ Erivaldo Santos)
·    Chuva fina (inédita)
·    Classificados nº 1
·    Coco verde
·    Cris (inédita)
·    Cruel
·    D. Maria de Lourdes
·    De morro abaixo (inédita)
·    De olho na porta (inédita)
·    Dente de vampiro (inédita)
·    Destino trabalhador (inédita)
·    Diabo no corpo
·    Doce melodia
·    Em nome de Deus
·    Essa tal de mentira
·    Esse menino (inédita)
·    Êta vida (c/ Raul Seixas)
·    Eu acho graça
·    Eu caio não (inédita)
·    Eu lhe agradeço (inédita)
·    Eu não quero dizer nada
·    Eu quero é botar meu bloco na rua
·    Eu sou aquele que disse
·    Eu vou do que vier (c/ Hyldon - inédita)
·    Faixa seis
·    Feminino coração de Deus
·    Filme de terror
·    Foi ela
·    História de boêmio (Um abraço em Nélson Gonçalves)
·    Hoje é quarta-feira (c/ Tony e Frankye)
·    Hoje não (inédita)
·    Homem de trinta
·    Hora de partir
·    Labirintos negros
·    Leros, leros e boleros
·    Magia pura
·    Mais uma dor (inédita)
·    Maiúsculo
·    Malandro é o gato (inédita)
·    Mar Morto (inédita)
·    Menino da rua (sobre letra de Orestes Barbosa, inédita)
·    Mestiço (c/ Pádua)
·    Meu filho João (inédita)
·    Meu filho, minha filha
·    Meu pobre blues
·    Meu único disco do Pink Floyd (inédita)
·    Minha miragem (c/ Ian Guest)(inédita)
·    Muito além do jardim
·    Na captura
·    Não adianta
·    Não tem fim (inédita)
·    Não tenha medo, não (Rua Moreira, 65)
·    Nem assim
·    Nicuri é o diabo (c/ Raul Seixas)
·    Ninguém vive por mim
·    No ano 83O caso de vocês (inédita)
·    O cello e flauta (inédita)
·    O filho do ovo
·    O que será de nós (inédita)
·    O seu lugar (inédita)
·    O teto da minha casa
·    Odete
·    Olha Meu Rei (inédita)
·    Pavio do destino
·    Pequeno mistério (inédita)
·    Pobre meu pai
·    Polícia, bandido, cachorro, bandido
·    Por te amar (c/ Sergio Natureza)
·    Quanto mais
·    Quase sempre assim (inédita)
·    Quatro paredes
·    Que loucura
·    Quem é do amor
·    Quero encontrar um amor
·    Quero ir (c/ Raul Seixas)
·    Raulzito Seixas
·    Real beleza
·    Roda morta (c/ Sergio Natureza)
·    Rosa púrpura de Cubatão
·    Sabes (inédita)
·    Sinceramente
·    Só cantar (inédita)
·    Só para ganhar o carnaval (inédita)
·    Só para o seu coração
·    Sol 40 graus (c/ Ian Guest)
·    Tem que acontecer
·    Todo mundo está feliz
·    Tolo fui eu
·    Triste sina (inédita)
·    Última esperança (inédita)
·    Uma quase mulher
·    Vá tomar a pílula (inédita)
·    Vê se dá um jeito nisso (c/ Raul Seixas e Mauro Motta)
·    Velho bandido
·    Velho bode (c/ Sergio Natureza)
·    Viajei de trem
·    Você e Eu (inédita)



DISCOGRAFIA:
(1971) SOCIEDADE DA GRÃ-ORDEM KAVERNISTA APRESENTA SESSÃO DAS DEZ - “Raul Seixas, Sérgio Sampaio, Edy Star e Míriam Batucada”
1. Êta vida (Raul Saixas – Sergio Sampaio) – Raul e Sergio
2. Sessão das dez (Raul Seixas) – Edy
3. Eu vou botar pra ferver (Raul Seixas) – Raul e Sergio
4. Eu acho graça (Sergio Sampaio) – Sergio
5. Chorinho inconsequente (Sergio Sampaio – Erivaldo Santos) – Miriam
6. Quero ir (Raul Seixas – Sergio Sampaio) – Raul e Sergio
7. Soul tabarôa (Antonio Carlos – Jocaffi) – Miriam
8. Todo mundo esta feliz (Sergio Sampaio) – Sergio
9. Aos trancos e barrancos (Raul Seixas) – Raul
10. Eu não quero dizer nada (Sergio Sampaio) – Edy
11. Dr. Pacheco (Raul Seixas) – Raul
12. Finale (D.P.)


(1973) EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA
1. Lero e leros e boleros
2. Filme de terror
3. Cala a boca Zébedeu
4. Pobre meu pai
5. Labirintos negros
6. Eu sou aquele que disse
7. Viajei de trem
8. Não tenha medo, não (rua Moreira, 65)
9. Dona Maria de Lourdes
10. Odete
11. Eu quero é botar meu bloco na rua
12 Raulzito Seixas


(1976) TEM QUE ACONTECER
1. Até outro dia
2. Que loucura
3. Cada lugar na sua coisa
4. Cabras pastando
5. Velho bode
6. O que pintar, pintou
7. A luz e a semente
8. Quanto mais
9. Tem que acontecer
10. Quatro paredes
11. Filho do ovo
12. Velho bandido


(1983) SINCERAMENTE
1. Homem de trinta
2. Na captura
3. Tolo fui eu
4. Só para o seu coração
5. Essa tal de mentira
6. Meu filho, minha filha
7. Cabra cega
8. Sinceramente
9. Nem assim
10. Doce melodia (com Luiz Melodia)
11. Faixa seis


(1994) DISCO INÉDITO (ou Cru)*
1. Em nome de Deus
2. Roda morta ou reflexões de um executivo
3. Polícia, bandido, cachorro e dentista
4. Brasília
5. Quero encontrar um amor
6. Magia pura
7. Muito além do jardim
8. Destino trabalhador
9. Pavio do destino
10. Uma quase mulher
11. Rosa púrpura de Cubatão
12. Chuva fina
13 Menino João (bônus track ao vivo)
*Essas músicas depois foram melhor acabadas e lançadas no disco póstumo Cruel.


(1998) BALAIO DO SAMPAIO
“Tributo Organizado e produzido por Sérgio Natureza, antigo parceiro de Sérgio Sampaio”
1. Sergio Sampaio – Eu quero é botar meu bloco na rua (Remasterizada)
2. Chico Cesar – Em nome de Deus
3. Erasmo Carlos – Feminino coração de Deus
4. João Bosco – Rosa púrpura de Cubatão
5. Zeca Baleiro – Tem que acontecer
6. Zizi Possi – Meu pobre blues
7. Lenine – Pavio do destino
8. João Nogueira – Até outro dia
9. Eduardo Duzek – Velho bode
10. Renato Piau – Que loucura
11. Járds Macalé – Velho bandido
12. Luiz Melodia – Cala a boca Zébedeu
13. Elba Ramalho – Eu quero é botar meu bloco na rua


(2002) SÉRGIO SAMPAIO – COLETÂNEA SÉRIE WARNER 25 ANOS
01 Até outro dia
02 Que loucura
03 Cada lugar na sua coisa
04 Cabras pastando
05 Velho bode
06 O que pintá, pintô
07 A luz e a semente
08 Quanto mais
09 Tem que acontecer
10 O filho do ovo
11 Velho bandido
12 O teto da minha casa
13 Ninguém vive por mim
14 Quatro paredes


(2006) CRUEL - “Disco póstumo produzido pelo Zeca Baleiro”
1. Em nome de Deus
2. Roda morta
3. Polícia, bandido, cachorro e dentista
4. Brasília
5. Magia pura
6. Rosa púrpura de Cubatão
7. Muito além do jardim
8. Real beleza
9. Pavio do destino
10. Quero encontrar um amor
11. Quem é do amor
12. Cruel
13. Uma quase mulher
14. Maiúsculo


(2009) HOJE NÃO*
* Tributo à Sérgio Sampaio, de autoria dos cantores Juliano Gauche e Duo Zebedeu
Nativos de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, têm outro motivo musical para se orgulhar de sua cidade além de Roberto Carlos. Mesmo sem um centésimo da projeção do Rei, lá também nasceu Sérgio Sampaio. Morto prematuramente - aos 47 anos, em 15 de maio de 1994, após ser internado com uma crise de pancreatite -, Sampaio foi catalogado no escaninho dos malditos da MPB ou, como lemos no texto de apresentação do recente tributo "Hoje não!", teria sido "uma antítese magra e boêmia" de Roberto Carlos.
Ouça a faixa "Hoje não!":
Lançado no fim do ano passado pelos capixabas Juliano Gauche e Duo Zebedeu, "Hoje Não!" investe em repertório menos conhecido, mas tão bom quanto muito do que ele produziu. Aliás, também no fim de 2009, o selo MZA relançou outro forte tributo ao compositor, "Balaio do Sampaio", nas vozes de uma constelação da MPB.
A vida de Sérgio Moraes Sampaio pode ter sido trágica, e sua carreira pouco avançou após o sucesso popular, em 1972, da marcha-rancho "Eu quero é botar meu bloco na rua" (concorrente do Festival Internacional da Canção daquele ano), mas seu legado artístico é grande. Radialista em Cachoeiro, onde começou a fazer música, ele chegou ao Rio em 1967 para tentar a vida como cantor e compositor. Após mais três anos em emissoras de rádio cariocas, conheceu Raul Seixas, então produtor na CBS (atual Sony Music), que passou a apostar em suas composições. Em 1971, depois de lançar um compacto produzido por Raul, Sampaio juntou-se a este e aos cantores Edy Star e Miriam Batucada no álbum conceitual "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez" - ignorado na época, hoje é disputado a tapa por colecionadores. No ano seguinte, contratado pela Philips (atual Universal), gravou o compacto de "Eu quero é botar meu bloco na rua", que na época vendeu mais de 300 mil cópias. Mas o álbum de mesmo nome, em 1973, não conseguiu repetir o sucesso. Os poucos discos seguintes, um na gravadora Continental ("Tem que acontecer", 1976) e outro independente ("Sinceramente", 1982), tampouco aconteceram comercialmente, mesmo confirmando o original cantor e compositor.
"Hoje não!" traz mais provas disso na voz do bom cantor Juliano Gauche, acompanhado pelos também bons violonistas Fábio Carmo e Júlio Santos, que, antes de entrar no estúdio, vinham apresentando o espetáculo "Tangos e outras delícias de Sérgio Sampaio". No disco, eles passeiam por 12 composições, incluindo a inédita faixa-título. Canções que flertam com samba, pop, tango, blues e bolero, com letras de humor ácido, como ouvimos aqui em "Filme de terror", "Real beleza", "Nem assim", "Homem de trinta" e "Polícia, cachorro, bandido e dentista": "...porque dentista policia minha boca como se fosse bandido / Porque bandido age sempre às escuras como se fosse cachorro / Porque cachorro não distingue o inimigo como se fosse polícia / Porque polícia bandideia minha boca como se fosse dentista".
01-Não Tenha Medo Não
02-Magia Pura
03-Cruel
04-Homem de Trinta
05-Brasília
06-Hoje Não!
07-Pavio do Destino
08-Nem Assim
09-Polícia, Cachorro, Bandido, Dentista
10-Real Beleza
11-Filme de Terror
12-Em Nome de Deus


COMPACTOS:
1971 - Compacto (Côco verde)
1. Côco verde
2. Ana Juan

1972 - Compacto (Classificados nº 1)
1. Classificados nº 1
2. Não adianta

1972 - Compacto (Eu quero é botar meu bloco na rua)
1. Eu quero é botar meu bloco na rua

1974 - Compacto (Meu pobre blues)
1. Meu pobre blues
2. Foi ela

1975 - Compacto (Velho bandido)
1. Velho bandido
2. O teto da minha casa

1975 - Convocação geral nº 2 Som Livre
Sergio Sampaio – Cantor de rádio

1977 - Compacto (Ninguém vive por mim)
1. Ninguém vive por mim
2. História de um boêmio (um abraço no Nelson Gonçalves)


OUTROS SONS:
(1986) SÉRGIO SAMPAIO AO VIVO NO CABARÉ MINEIRO
Registro digitalizado de partes de um show do poeta maldito Sérgio Sampaio, realizado em Belo Horizonte, em 1986, na extinta e saudosa casa de espetáculo, o Cabaré Mineiro. Me lembro de ter visto por lá shows maravilhosos, de artistas nacionais e internacionais. Taí uma das coisas boas dos anos 80, não posso negar. Este show aconteceu na noite do dia 21 de abril de 1986. Sérgio veio a Beagá acompanhado do violonista (hoje ainda mais destacado) Moacyr Luz. Para este registro, eu fiz questão de produzir a arte (completa) e ainda dei um trato no áudio e uma nova editada. Pelo que me informou o Trix, este registro ele conseguiu de um colecionador. A gravação foi feita em fita cassete, talvez extraída diretamente da mesa de som, quase não se escuta a platéia. As vezes, até se tem a impressão de que o local devia estar meio vazio, mas não estava não. Tenho um amigo que assistiu ao show, comentei com ele sobre esta gravação. Ele disse que a Casa estava sempre cheia, inclusive nesse dia do show do Sérgio. O grande barato da gravação é conter ali algumas músicas, até então, inéditas. Coisas que só viriam a aparecer no álbum póstumo, “Cruel”, produzido por Zeca Baleiro. Há também duas outras músicas ainda hoje inéditas, as quais não sabemos o nome. Eu tomei a liberdade de nomeá-las como “Eu não minto quanto faço” e “O que eu sinto agora”. São títulos que me pareceram mais adequados para essas canções, frases chaves contidas nas letras. Agradeço mais uma vez ao amigo Trix, que nos brindou com essa pedra bruta. Salve Sérgio Sampaio! Um artista prá lá de genial. Confiram!
01-Viajei de trem
02-Pobre meu pai
03-Cala a boca zebedeu
04-Quatro paredes
05-Eu quero é botar meu bloco na rua
06-Que loucura
07-Eu não minto quando faço
08-Meu pobre blues
09-Roda morta (reflexões de um executivo)
10-Cabras pastando
11-Ninguém vive por mim
12-O que eu sinto agora


COMPOSIÇÕES DE SÉRGIO SAMPAIO GRAVADAS POR OUTROS ARTISTAS



DOCUMENTÁRIO:
CACHOEIRO EM TRÊS TONS
DOWNLOAD



VÍDEOS DE SÉRGIO SAMPAIO:
VÁRIOS VÍDEOS DE SÉRGIO SAMPAIO

GRAVAÇÕES CASEIRAS – (1991) AO VIVO

CADA LUGAR NA SUA COISA

ENTREVISTA COMPLETA COM SÉRGIO SAMPAIO

QUATRO PAREDES

ÚLTIMA ESPERANÇA

CABRAS PASTANDO

SÉRGIO SAMPAIO – (1992) AO VIVO

TRIBUTO A SÉRGIO SAMPAIO

TRECHOS DO SHOW DE SÉRGIO SAMPAIO NA UFES

SÉRGIO SAMPAIO INTERPRETA LUIZ MELODIA




CRÍTICA:
O capixaba Sérgio Sampaio foi daqueles artistas não reconhecidos - ou melhor, não adequadamente avaliados - em seu tempo. Em plena ditadura Médici, estourou nacionalmente com "Eu quero é botar meu bloco na rua", histórica marcha-rancho, um dos mais eloqüentes protestos da MPB contra a ditadura. Ainda jovem e imaturo, com todas as atenções voltadas para si, respondeu com "Odete", "Viajei de trem" e "Meu pobre blues", demonstrando sua categoria e versatilidade como compositor, mas parecia estigmatizado por aquela música tão marcante. Com "Velho bandido" e o LP “Tem que acontecer” ganhou aplauso da crítica, sem, no entanto alcançar uma repercussão popular mais significativa. Incompatibilizado com a indústria musical, de meados dos anos 70 em diante resolveu trilhar um solitário caminho à margem do mercado, gravando apenas mais um LP, o independente "Sinceramente", de 1982, e fazendo shows em teatros underground e bares. Arrolado entre os "malditos" da MPB setentista - Jards Macalé, Luiz Melodia, Jorge Mautner, entre outros - rotulado de "compositor de uma música só", Sérgio Sampaio tinha muito mais a oferecer. Permaneceu um artista puro, que, mesmo longe dos holofotes da mídia, fez do ato de compor e cantar sua própria razão de ser. Deixou um balaio precioso de músicas inéditas - um tesouro a ser descoberto por intérpretes dos mais variados gêneros.
Por Rodrigo Moreira



SÉRGIO SAMPAIO: MESMO MORTO, CANTOR "BEBEU" COM AMIGOS!*
*Publicado no Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo em 12/05/2009
Caixa com restos mortais do artista era “estrela” do sarau Segunda Sem Lei.
Escrito por Jotabê Medeiros 
Curiosa história cerca os restos mortais de Sérgio Sampaio. Morto em 1994, ele foi enterrado num jazigo provisório no Cemitério São João Batista, no Rio.
m três anos, seus ossos foram “desalojados” e a família convocada para ir buscá-los.
“Li uma nota no jornal dizendo que se ninguém fosse buscar, iriam para uma vala comum”, diz João Morais, primo do artista. Ele então entrou em contato com Ângela, viúva de Sérgio Sampaio (mãe de seu único filho, João Sampaio), e conseguiram rever os ossos.
João Moraes conta que lhe deram um esquife bem pequeno, de fibra, com menos de um metro. Ângela tinha que ir  trabalhar e lhe confiou os ossos.
“Embrulhamos o esquife numa papelaria e eu saí com ele. Atravessei a rua, entrei na Avenida Figueiredo Magalhães Jr. e entrei num boteco do outro lado da rua.  Pedi uma Caracu e um traçado (pinga com Catuaba)  para mim e outra para ele”, lembra o documentarista.
Depois, de taxi pelo Rio, deu-se conta de que não podia ficar andando com aqueles ossos pelo mundo. “Isso pode virar uma Evita Perón”, disse a si mesmo. Tinha no bolso a nota fiscal de posse dos restos mortais de Sérgio Sampaio. “Tenho até hoje”.  Foi então que voltou para sua casa em Cachoeiro de Itapemirim. Como estava prestes a sair o disco Balaio do Sampaio, um tributo a Sérgio, resolveram então que ele guardaria os ossos. “Pensamos em confiar a uma funerária para guardar, mas eu tive medo. E se pegasse fogo?”, conta João. Resolveu então manter Sérgio no armário.
João tem um senso de humor apurado, além da irreverência. Resolveu então criar um evento chamado “Segunda Sem Lei”, no qual abria a casa para qualquer um que quisesse entrar para beber, conversar e tocar violão.
Dependendo do clima, quando “baixava” o Sérgio na mesa, eu descia a caixa e ele vinha beber com a gente algumas rodadas. As pessoas escreviam na caixa.
O poeta Chacal  escreveu. O  compositor Sérgio  Natureza  também”.   Natureza não sabia no que estava escrevendo. Estava hospedado na casa de João Moraes. Quando ia dormir, enrolado na toalha, João lhe informou que, no armário do quarto, estavam os restos de Sampaio. Natureza se recusou a dormir lá, bandeou-se de toalha e tudo. Esta história vai ser contada no novo documentário de João Moraes, em breve. “Eu achava que poderia parecer desrespeito, mas depois me toquei que essa picardia era a cara dele”.
Por Jotabê Medeiros



BIBLIOGRAFIA DE SERGIO SAMPAIO:
Eu quero é botar meu bloco na rua! A trajetória de Sérgio Sampaio
"Eternizando Sérgio Sampaio: Rodrigo Moreira debruça-se em uma narrativa detalhada da intrigante trajetória do compositor. Um relato biográfico intenso, cheio de curiosidades saborosas. Rodrigo Moreira apresenta um documento precioso para a memória artística".
ISBN 85-7543-025-4
242 pp / ilustrado pb / formato: 14 x 21
Preço: R$30,00 + frete postal
Livreiros: desconto de 40%
Pedidos via mala direta: 
editora.muiraquita@gmail.com



BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:
·    ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
·    AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010.
·    MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
·    MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira - erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
·    MOREIRA, Rodrigo. Eu quero é botar meu bloco na rua. Rio de Janeiro: Editora Muiraquitã, 2000.
·    MOREIRA, Rodrigo. Eu quero é botar meu bloco na rua. Rio de Janeiro: Editora Muiraquitã, 2ª Edição Revista e ampliada. 2003.



SITES:


LINK COM TODOS OS DISCOS E DOCUMENTÁRIO DE SÉRGIO SAMPAIO:


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