Sérgio
Morais Sampaio, “Sérgio Sampaio”, nasceu no dia 13 de abril de 1947, na cidade
de Cachoeiro de Itapemirim/ES e faleceu no dia 15 de maio de 1994, no Rio de
Janeiro/RJ.
BIOGRAFIA:
Filho
de Raul Gonçalves Sampaio, fabricante de tamancos, compositor e maestro, e de
Maria de Lourdes Morais, professora primária. Primo de Raul Sampaio Cocco
(ex-integrante do Trio de Ouro e autor de sucessos como 'Quem eu quero não me
quer' e 'Meu pequeno Cachoeiro', sucesso de Roberto Carlos).
Cresceu em meio musical, povoado de partituras e instrumentos, devido à atuação do pai como regente diletante de várias bandas de música em Cachoeiro de Itapemirim.
Cresceu em meio musical, povoado de partituras e instrumentos, devido à atuação do pai como regente diletante de várias bandas de música em Cachoeiro de Itapemirim.
os
16 anos, presenciou o pai compondo "Cala a boca, Zebedeu", música que
viria a gravar, com grande sucesso, anos depois.
Adolescente,
trabalhou, ouvindo muito rádio, na sapataria do pai e tornou-se um aficionado
pela programação do rádio, tendo em Orlando Silva, Nélson Gonçalves e Sílvio
Caldas seus primeiros ídolos, bem como os locutores Luiz Jatobá e Saint-Clair
Lopes, cujo estilo esforçava-se em assimilar em imitações caseiras, o que
acabou lhe valendo, aos 16 anos, a aprovação em um teste para locutor da ZYL-9,
Rádio Cachoeiro. No rádio, aprimorou-se no ofício de locutor, aumentou sua
cultura musical e desenvolveu o hábito, diário, de ler todos os jornais, o que
o acompanharia pelo resto da vida. Ao receber o primeiro ordenado, saiu de casa
e foi morar em uma república de estudantes, no centro da cidade. Apesar de ter
um pai maestro, não se interessou por uma educação musical formal, iniciando-se
ao violão com dois primos seresteiros, que lhe ensinaram os primeiros acordes.
Tão logo aprendeu a tocar alguns boleros, passou a acompanhá-los nos fins de
semana.
Em
1964, passou por um período de experiência na Rádio Relógio Federal, do Rio de
Janeiro, ficando hospedado em casa de parentes, no subúrbio. Quatro meses
depois, retornou a Cachoeiro de Itapemirim.
No
ano de 1967, novamente na ZYl-9, atuou como locutor comercial, redator de
jornais falado e assistente de produção em programa de calouros. Passou,
também, a apresentar um programa nas tardes de sábado. No final daquele ano,
viajou, novamente, para o Rio de Janeiro, a princípio disposto a se estabelecer
como radialista, para, posteriormente, tentar a sorte como cantor-compositor.
Em
1974, casou-se com a capixaba de Mimoso do Sul, Maria Verônica Martins, e
retirou-se, por algum tempo, da cena artística. Separado da primeira esposa,
voltou a enfrentar problemas de saúde, contraindo uma pancreatite crônica, em
fins dos anos 70.
No
ano de 1981, casou-se, pela segunda vez, com a arquiteta carioca Ângela
Breitschaft, com quem teve um filho dois anos depois, João Sampaio, afilhado do
compositor Xangai. Em 1986, separou-se outra vez e retornou à casa dos pais em
sua cidade natal. No ano seguinte, voltou para o Rio de Janeiro. Morou com
amigos, como o poeta Sergio Natureza.
No
início da década de 1990, levado por Xangai, apresentou-se na Bahia, quando
conheceu a produtora de shows Regina Pedreira, com quem passou a viver, em uma
casa em Itapuã. Com a saúde abalada por constantes crises de pancreatite,
viu-se obrigado a uma reformulação em seus hábitos, reduzindo, paulatinamente,
o consumo de álcool até abandoná-lo, inteiramente, por volta de 1993.
Em
abril de 1994, acometido de uma crise de pancreatite, foi internado no Hospital
IV Centenário, no bairro carioca de Santa Tereza, onde faleceu. Foi sepultado
no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro.
Anos
mais tarde, seus ossos foram levados para o Cemitério Parque de Cachoeiro de
Itapemirim, onde permanece até os dias de hoje.
Em
2009 foi lançada pela Editora Língua Geral mais uma biografia sobre o
compositor, desta vez escrita pelo poeta e professor da PUC-Rio Paulo Henriques
Britto. Também com o título "Eu quero é botar meu bloco na rua", o
livro fez parte da coleção "Língua Cantada", do Núcleo de Estudos
Muiscais do CESAP-Ucam (Universidade Cândido Mendes) dirigido pela professora e
pesquisadora de MPB Santuza Cambraia Naves.
DADOS
ARTÍSTICOS:
Em
1968, vivendo no Rio de Janeiro, trabalhava como locutor durante o dia e como
cantor de botequim à noite. Foi em uma mesa de bar que compôs, com seu colega
radialista Erivaldo Santos, o samba-choro "Chorinho inconseqüente".
Também freqüentava rodas de samba nos morro do Tuiutí (em São Cristóvão) e da
Mangueira, quando, eventualmente, cantava e tocava violão.
Entre 1968 e 1970, atuou nas rádios Rio de Janeiro, Mauá, Carioca e Continental e morou em vagas nas pensões da Lapa.
Entre 1968 e 1970, atuou nas rádios Rio de Janeiro, Mauá, Carioca e Continental e morou em vagas nas pensões da Lapa.
A
partir de fevereiro de 1970, quando se demitiu da Rádio Continental, passou a
viver, exclusivamente, de música. Enfrentou muitas dificuldades, chegando a
dormir em bancos de praças ou de favor em casa de amigos. Neste mesmo ano,
morando na Casa do Estudante Universitário, na Lapa, participou do
"Festival Fluminense da Canção", no Ginásio Caio Martins, em Niterói,
uma das eliminatórias estaduais para o "V FIC" - Festival
Internacional da Canção - da TV Globo. Sua canção "Hei, você" não
alcançou premiação, ficando apenas entre as 20 finalistas. Nesse período,
freqüentando os pontos de compositores no centro do Rio de Janeiro, conheceu
Odibar (parceiro de Paulo Diniz), que o convidou para acompanhá-lo, ao violão,
em um teste na gravadora CBS. Na ocasião, acabou sendo aprovado no lugar de
Odibar, depois de executar duas músicas de sua autoria a pedido do produtor
Raul Seixas. Contratado pela CBS no início de 1971, tornou-se amigo e parceiro
musical de Raul Seixas, que logo providenciou para que ele e seu irmão Jorge
(Dedé Caiano) fizessem parte do coro de gravações de Renato e seus Blues Caps e
de outros artistas da companhia. Assinando sob o pseudônimo de Sérgio Augusto,
escreveu a letra de "Sol 40 graus", uma melodia do produtor e
arranjador Ian Guest (que assinava como Átila), sucesso de 1971 do Trio
Ternura, que também gravou, de sua autoria, "Vê se dá um jeito nisso"
(c/ Raul Seixas e Mauro Mota). Ainda como Sérgio Augusto, assinou "Amei
você um pouco demais" (c/ Raul Seixas), gravada por José Roberto, e
"Hoje é quarta-feira" (c/ Tony e Frankie), gravada pela dupla, em
1971. Em meados daquele ano, conheceu um relativo sucesso com "Coco
verde", de seu compacto de estréia, produzido por Raul Seixas, com
arranjos de Ian Guest. Neste mesmo ano de 1971, a música foi regravada pela
cantora Dóris Monteiro, no LP "Dóris", da EMI-Odeon. Em julho deste
mesmo ano, voltou a Cachoeiro de Itapemirim para participar do "II
Festival de MPB" de Cachoeiro de Itapemirim, no qual obteve a 1ª e a 4ª
colocações com as músicas "Pequeno mistério" e "D. Maria de
Lourdes", respectivamente. Em seguida, em parceria com Raul Seixas, compôs
várias músicas para uma espécie de ópera-rock, um projeto logo mutilado por
seguidos cortes da censura nas letras. O que passou no crivo dos censores
resultou no disco "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das
Dez", gravado e lançado sem o conhecimento da direção da CBS. Era uma
coleção de pastiches musicais de samba, rock e música nordestina, com letras
críticas, entremeada por vinhetas satirizando o cotidiano. Deste mesmo disco
participaram Raul Seixas, Míriam Batucada e Edy Star e foram incluídas, de sua
autoria "Eta vida" (c/ Raul Seixas) e "Chorinho
inconseqüente" (c/ Erivaldo Santos), interpretada por Miriam Batucada.
Ainda em 1971, participou do "VI FIC", no Maracanãzinho,
interpretando, de sua autoria, "No ano 83", sendo eliminado na
primeira fase. Contou, nos vocais de apoio, com a presença de Jane Vaquer, mais
tarde conhecida como Jane Duboc.
No
ano de 1972, Míriam Batucada gravou, de sua autoria, "Diabo no corpo"
e, novamente com produção de Raul Seixas, lançou um compacto com
"Classificados nº 1" e "Não adianta", seu último
trabalho pela CBS. Contratado pela Phillips/Phonogram, por indicação do amigo
Raul Seixas, concorreu no "VII FIC", em outubro de 1972, com a
marcha-rancho "Eu quero é botar meu bloco na rua", tendo a seu lado o
jovem guitarrista Renato Piau. Embora a música não tenha ficado entre as
vencedoras, o compacto "As melhores do VII FIC", lançado em seguida,
ultrapassou a marca de 500 mil cópias vendidas. O disco trazia de um lado a
música "Diálogo" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro), interpretada
por Tobias e Márcia, e do outro lado, "Eu quero é botar meu bloco na
rua". A composição foi o maior sucesso do carnaval do ano seguinte.
Em 1973, lançou o primeiro LP, com o mesmo título de sua música de sucesso
"Eu quero é botar meu bloco na rua", produzido por Raul Seixas,
acompanhado por músicos como José Roberto Bertrami, Alexandre Malheiros, Ivan
Conti, Renato Piau e Wilson das Neves. Apesar da boa execução em rádio de
"Cala a boca, Zebedeu" (de autoria de seu pai), "Odete" e
"Viajei de trem", além das constantes aparições do artista em
programas televisivos da época, o disco foi um fracasso de vendagens,
estimadas, na época, em cerca de cinco mil cópias. Dois meses depois,
apresentou-se na "Phono 73", uma série de shows com o elenco da
Phillips, no Parque das Convenções do Anhembi, em São Paulo. Os shows deram
origem ao LP "Phono 73", do qual participaram também Nara Leão, Gal
Costa, Jorge Ben, Toquinho, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, entre
outros. Em outubro do mesmo ano, depois de uma curta temporada no Teatro
Opinião, voltou a São Paulo para receber o "Troféu Imprensa",
promovido pelo Programa Sílvio Santos, da Rede Globo, como "Revelação de
72". Oferecida à Maria Bethânia meses antes, sua composição "Quatro
paredes" foi gravada, parcialmente, pela cantora em seu LP, de 1973,
"A cena muda". Ainda em 1973, Miriam Batucada lançou em compacto,
pela CBS, um samba de sua autoria "Diabo no corpo". No ano seguinte,
a cantora regravou "Eu quero é botar meu bloco na rua", no LP
"Amanhã, ninguém sabe", da gravadora Continental. No ano seguinte,
lançou em compacto "Meu pobre blues", com produção de Roberto Menescal.
Composição dirigida a seu ídolo Roberto Carlos, oscilava entre a reverência e a
crítica.
No
ano de 1975, lançou, pela Continental, um compacto com "Velho
bandido" e "O teto da minha casa". A primeira remetendo a
Moreira da Silva, o "Kid Morengueira", e a segunda uma toada em
parceria com o jovem letrista Sergio Natureza. No mesmo ano, sua marchinha
"Cantor de rádio" foi incluída no LP "Convocação geral nº
2", da Som Livre, enquanto um curta-metragem a seu respeito era exibido em
alguns cinemas do Rio de Janeiro. No ano seguinte, em 1976, gravou o LP
"Tem que acontecer". O disco foi produzido por Roberto M. Moura,
arranjos de João de Aquino e contou com as participações de Altamiro Carrilho,
Abel Ferreira, Zé Menezes, Maurício Einhorn, Bide, Marçal e Eliseu. Neste LP
foram incluídas as composições "Que loucura", uma homenagem ao poeta
tropicalista Torquato Neto, a versão integral do samba-canção "Quatro
paredes", "O que pintá, pintou", de autoria de Raul
Sampaio, e "Velho bode", em parceria com Sergio Natureza.
Em
1977, pela gravadora Continental, lançou em compacto "Ninguém vive por
mim". O outro lado do compacto trazia o samba-canção "História de
boêmio" (Um abraço em Nélson Gonçalves). Neste mesmo ano, desligou-se da
Continental, que acabaria sendo sua última gravadora. Ainda em 1977, a cantora
Zizi Possi regravou, com sucesso, "Meu pobre blues", em seu compacto
de estréia na PolyGram. No ano seguinte, Marcos Moran regravou "Eu quero é
botar meu bloco na rua" no seu LP "Brasileiríssimas vol. 2",
lançado pela gravadora Polydor.
Permaneceu
cerca de cinco anos afastado dos estúdios, não deixando, porém, de compor novo
material.
No
ano de 1978, no Teatro Opinião do Rio de Janeiro pelo "Projeto Seis e
Meia", dividiu o show "Opinião, deixo com você" com o cantor e
compositor Tião Motorista. Neste mesmo ano e no mesmo teatro apresentou o show
"Agora".
No ano de 1980, compôs a trilha sonora para a peça "Mural Mulher", de João das Neves. No ano seguinte, participou do "Projeto Pixinguinha", ao lado de Erasmo Carlos e das Frenéticas, inicialmente com temporada no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, seguindo, depois, por cidades de Santa Catarina. Durante esta temporada, escreveu a canção "Feminino coração de Deus", para Erasmo Carlos, que a gravou em 1981, no disco "Mulher".
No ano de 1980, compôs a trilha sonora para a peça "Mural Mulher", de João das Neves. No ano seguinte, participou do "Projeto Pixinguinha", ao lado de Erasmo Carlos e das Frenéticas, inicialmente com temporada no Teatro Dulcina, no Rio de Janeiro, seguindo, depois, por cidades de Santa Catarina. Durante esta temporada, escreveu a canção "Feminino coração de Deus", para Erasmo Carlos, que a gravou em 1981, no disco "Mulher".
Em
1982, gravou seu terceiro LP, "Sinceramente", um trabalho
independente, financiado pela família da esposa. O disco trazia, entre outras,
mais uma parceria com Sergio Natureza, "Cabra cega", e o samba
"Doce melodia", com a participação de Luiz Melodia. Nos anos
seguintes, longe da mídia e do grande público, apresentou-se quase sempre em
bares, sobrevivendo de cachês e algum direito autoral.
Entre
1984 e 1986, teve como acompanhante o compositor Moacyr Luz, ao violão.
No ano de 1987, Luiz Melodia regravou, com sucesso, "Que loucura", em seu LP "Claro", pela Continental. No ano seguinte, fez uma temporada de dez dias na Sala Funarte, do Rio de Janeiro, ao lado do cantor e compositor Jards Macalé.
Nos primeiros anos da década de 1990, radicou-se na Bahia, onde viveu um renascimento artístico, com muitas composições novas e uma movimentada agenda de shows em várias capitais nordestinas. Seu sucesso "Eu quero é botar meu bloco na rua" foi, novamente, regravado, primeiro pelo grupo Roupa Nova no CD "De volta ao começo", pela gravadora BMG-Ariola, em 1991, e, depois, por Elba Ramalho, no CD "Paisagem", em 1993.
No ano de 1987, Luiz Melodia regravou, com sucesso, "Que loucura", em seu LP "Claro", pela Continental. No ano seguinte, fez uma temporada de dez dias na Sala Funarte, do Rio de Janeiro, ao lado do cantor e compositor Jards Macalé.
Nos primeiros anos da década de 1990, radicou-se na Bahia, onde viveu um renascimento artístico, com muitas composições novas e uma movimentada agenda de shows em várias capitais nordestinas. Seu sucesso "Eu quero é botar meu bloco na rua" foi, novamente, regravado, primeiro pelo grupo Roupa Nova no CD "De volta ao começo", pela gravadora BMG-Ariola, em 1991, e, depois, por Elba Ramalho, no CD "Paisagem", em 1993.
No
início de 1994, foi convidado, pelo selo paulista Baratos Afins, para gravar um
novo disco com músicas inéditas, projeto que não chegou a realizar, pois, em
maio deste mesmo ano, viria a falecer.
Em
1996, Sergio Natureza organizou o show "Balaio do Sampaio", na casa
noturna Hipódromo Up, no Rio de Janeiro, com a participação de Alceu Valença,
Eduardo Dusek, Hyldon, Marcos Sacramento, Renato Piau, Jards Macalé, Elza
Maria, Chico Caruso e os poetas Salgado Maranhão, Euclides Amaral e Elisa
Lucinda e, ainda, seu biógrafo Rodrigo Moreira. Este show viria a ser
apresentado em várias casas noturnas e teatros, neste mesmo ano, como o
realizado no Teatro Rival, com Luiz Melodia, Jards Macalé, Lenine, Zeca Baleiro
e Clara Sandroni. Neste mesmo ano, Luiz Melodia gravou "Cruel", em
seu CD "14 quilates". No ano seguinte, 1998, Marcos Assumpção
regravou "Cabra cega" (c/ Sergio Natureza). Neste mesmo ano, pela
gravadora MZA/Polygram, com produção de Sergio Natureza, foi lançado o CD
"Balaio do Sampaio", do qual participaram vários amigos e
admiradores. O disco incluiu as músicas "Até outro dia", interpretada
por João Nogueira, "Cala a boca, Zebedeu" (Raul Sampaio), com Luiz
Melodia, "Velho bandido", cantada por Jards Macalé, "Feminino
coração de Deus", com interpretação de Erasmo Carlos, "Tem que
acontecer", com Zeca Baleiro, "Rosa púrpura de Cubatão", com
João Bosco, "Pavio do destino", com Lenine, "Que loucura",
com Renato Piau, "Em nome de Deus", cantada por Chico César,
"Velho bode" (c/ Sergio Natureza) interpretada por Eduardo Dusek,
"Meu pobre blues", com Zizi Possi, e duas versões de "Eu quero é
botar meu bloco na rua", a primeira com a voz de Sérgio Sampaio remasterizada
em um novo arranjo do maestro Eduardo Souto, e outra com Elba Ramalho. Em
novembro de 1998, o disco foi lançado no Teatro Rival, com as participações de
João Nogueira, Chico César, Simone Guimarães, Paulinho Moska, Jards Macalé, Zé
Renato e Rita Peixoto, entre outros.
Em 1999, Luiz Melodia regravou "Cruel", em seu CD "Acústico ao
vivo", pela gravadora Indie Records. No ano seguinte, Rodrigo Moreira
lançou, pela Editora Muiraquitã, "Eu quero é botar meu bloco na rua",
biografia autorizada do artista, com depoimentos de vários artistas: João
Nogueira, Zeca Baleiro, Chico César, Erasmo Carlos, entre outros.
Em
2001, Zeca Baleiro gravou "Roda morta", parceria com o poeta Sergio
Natureza. Ainda neste ano, a cantora e compositora capixaba Márcia Coradine
regravou "Cabra cega", também em parceria com Sergio Natureza.
Em
2003, foi lançada, pela gravadora Som Livre, um CD com 13 faixas inéditas de
Raul Seixas, entre as quais "Nicuri é o diabo", uma antiga parceria
de Raul Seixas e Sérgio Sampaio.
Em
2005 Renato Piau regravou "Meu pobre blues", incluída na coletânea
"Balaio atemporal", lançada pelo selo Guitarra Brasileira. Ainda em
2005 Zeca Baleiro participou do disco "Um pouco de mim - Sergio Natureza e
amigos", no qual interpretou a faixa "Roda morta", parceria de
Sérgio Sampaio e Sergio Natureza.
Em 2005 Zeca Baleiro produziu e lançou por seu selo Saravá Discos o CD póstumo "Cruel", no qual foram incluídas diversas composições inéditas na voz do compositor, entre as quais "Em nome de Deus", "Polícia, bandido, cachorro, bandido", "Brasília", "Magia pura", "Rosa púrpura de Cubatão", "Muito além do jardim", "Real beleza", "Pavio do destino", "Quero encontrar um amor", "Quem é do amor", "Cruel", "Uma quase mulher", "Maiúsculo" e ainda "Roda morta", em parceria com Sergio Natureza. No mesmo disco foram incluídos novos instrumentos e remasterizadas algumas gravações, as quais Sérgio Sampaio havia iniciado para a produção deste disco, segundo a própria ex-esposa, seria lançado pelo selo paulista Baratos Afins no ano de 1994. O CD ainda trouxe pequeno depoimento de Sergio Natureza e texto biográfico de Rodrigo Moreira, seu biógrafo oficial.
Em 2005 Zeca Baleiro produziu e lançou por seu selo Saravá Discos o CD póstumo "Cruel", no qual foram incluídas diversas composições inéditas na voz do compositor, entre as quais "Em nome de Deus", "Polícia, bandido, cachorro, bandido", "Brasília", "Magia pura", "Rosa púrpura de Cubatão", "Muito além do jardim", "Real beleza", "Pavio do destino", "Quero encontrar um amor", "Quem é do amor", "Cruel", "Uma quase mulher", "Maiúsculo" e ainda "Roda morta", em parceria com Sergio Natureza. No mesmo disco foram incluídos novos instrumentos e remasterizadas algumas gravações, as quais Sérgio Sampaio havia iniciado para a produção deste disco, segundo a própria ex-esposa, seria lançado pelo selo paulista Baratos Afins no ano de 1994. O CD ainda trouxe pequeno depoimento de Sergio Natureza e texto biográfico de Rodrigo Moreira, seu biógrafo oficial.
Em
2009 foi apresentada, na Caixa Cultural - Teatro de Arena, no Rio de Janeiro, a
homenagem "Velho bandido - O bloco de Sérgio Sampaio", com direção
musical de Daniel Montes e apresentação de Sergio Natureza. Nos três dias da
homenagem ao cantor e compositor apresentaram-se Mariano, Roger Hitz, Euclides
Amaral, André Jamaica, Luiz Melodia, Moacyr Luz, Roberto Lara, Gabriel
Azevedo, Thaís Sabino, Hyldon, Chico Caruso, Renato Piau e João Cavalcanti.
Espetáculo apresentado também em São Paulo. Outra homenagem ao compositor
também aconteceu paralelamente no estado do Espírito Santo com o show
"Tangos e outras delícias de Sérgio Sampaio", com o Duo Zebedeu e o
cantor Juliano Guauche. Neste mesmo ano o trio capixaba integrado pelo cantor
Juliano Gauche e os violonistas Fábio Carmo e Júlio Santos (Duo Zebedeu) lançou
o CD "Hoje não!", disco todo dedicado à bora de Sérgio Sampaio, com
regravações e a inédita "Hoje não!", que dá título ao trabalho. No CD
foram regravadas "Filme de terror", "Real beleza",
"Nem assim", "Homem de trinta" e "Polícia, cachorro,
bandido e dentista".
CARREIRA:
Após
ter sido radialista em Cachoeiro, Sérgio foi tentar a careira musical no Rio de
Janeiro. Contratado pela CBS (hoje Sony/BMG), Sérgio lançou ao lado de Raul
Seixas o álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez
em 1971. No ano seguinte, lançou a marcha-rancho Eu Quero É Botar Meu Bloco na
Rua no Festival Internacional da Canção. A música se tornou sucesso nacional e
deu nome ao primeiro disco solo de Sérgio. Apesar do sucesso do compacto do
Bloco, o LP não foi bem-sucedido, em parte pelo comportamento displicente de
Sérgio, que se dedicava mais à vida boêmia carioca do que à divulgação do
álbum.
Já
com o rótulo de "maldito" da MPB, Sérgio passou por várias gravadoras
e lançou um álbum independente. Alcoólatra, só se recuperou do vício na década
de 90, mas acabou falecendo antes de retornar a carreira.
CRONOLOGIA:
1947
Sérgio Moraes Sampaio nasce a 13 de abril, em Cachoeiro de Itapemirim, filho de Raul Gonçalves Sampaio, fabricante de tamancos e maestro de banda e Maria de Lourdes Moraes, professora primária.
1947
Sérgio Moraes Sampaio nasce a 13 de abril, em Cachoeiro de Itapemirim, filho de Raul Gonçalves Sampaio, fabricante de tamancos e maestro de banda e Maria de Lourdes Moraes, professora primária.
1956
Começa a ajudar o pai na tamancaria. Na escola é aluno aplicado, eventualmente o melhor da classe: Dona Maria de Lourdes o colocava para estudar em casa todos os dias.
Começa a ajudar o pai na tamancaria. Na escola é aluno aplicado, eventualmente o melhor da classe: Dona Maria de Lourdes o colocava para estudar em casa todos os dias.
1963
Fica vidrado no samba "Cala a boca, Zebedeu", de autoria de Seu Raul, inspirado numa vizinha da Rua Moreira que espinafrava o marido diariamente. O apelido do sujeito era "Fulica".
Fica vidrado no samba "Cala a boca, Zebedeu", de autoria de Seu Raul, inspirado numa vizinha da Rua Moreira que espinafrava o marido diariamente. O apelido do sujeito era "Fulica".
1964
Ingressa como locutor na XYL-9, Rádio Cachoeiro. Torna-se um fã do samba-canção de Orlando Silva, Nélson Gonçalves e Sílvio Caldas.
Ingressa como locutor na XYL-9, Rádio Cachoeiro. Torna-se um fã do samba-canção de Orlando Silva, Nélson Gonçalves e Sílvio Caldas.
1965
Passa três meses de experiência como locutor da Rádio Relógio Federal, no Rio de Janeiro. Retorna a Cachoeiro para servir no "Tiro de Guerra" local. É detido freqüentemente por trocar os pernoites por incursões aos bares e bordéis cachoeirenses.
Passa três meses de experiência como locutor da Rádio Relógio Federal, no Rio de Janeiro. Retorna a Cachoeiro para servir no "Tiro de Guerra" local. É detido freqüentemente por trocar os pernoites por incursões aos bares e bordéis cachoeirenses.
1967
Mudança definitiva para o Rio de Janeiro, para tentar a vida como locutor ou cantor-compositor.
Mudança definitiva para o Rio de Janeiro, para tentar a vida como locutor ou cantor-compositor.
1969
Passagens pelas rádios Rio de Janeiro, Mauá e Carioca. Ingressa na rádio Continental, onde conhece Erivaldo Santos, parceiro no primeiro samba feito no Rio, "Chorinho inconseqüente", mais tarde incluído no LP "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez".
Passagens pelas rádios Rio de Janeiro, Mauá e Carioca. Ingressa na rádio Continental, onde conhece Erivaldo Santos, parceiro no primeiro samba feito no Rio, "Chorinho inconseqüente", mais tarde incluído no LP "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez".
1970
Novembro: acompanha ao violão o compositor Odibar, parceiro de Paulo Diniz em "Quero voltar para a Bahia", num teste na gravadora CBS com o então produtor Raulzito. As músicas de Odibar não agradam e Sérgio canta composições suas como "Coco verde" e "Chorinho inconseqüente". Na saída, Raul Seixas lhe diz ao pé do ouvido: "Volte amanhã".
Novembro: acompanha ao violão o compositor Odibar, parceiro de Paulo Diniz em "Quero voltar para a Bahia", num teste na gravadora CBS com o então produtor Raulzito. As músicas de Odibar não agradam e Sérgio canta composições suas como "Coco verde" e "Chorinho inconseqüente". Na saída, Raul Seixas lhe diz ao pé do ouvido: "Volte amanhã".
1971
Janeiro: assinatura do contrato com a CBS. Sérgio e Raul se tornam amigos. Com Raulzito, Sérgio conhece o rock e o pop internacional em geral. Abril: "Sol 40 graus", com o Trio Ternura, é a primeira letra de Sérgio Sampaio a ganhar as rádios. Ele assina a música como "Sérgio Augusto" e seu parceiro Ian Guest, como "Átila". Compoe e grava numa fita demo "Minha miragem" parceria com Yan, hoje a fita pertence ao produtor musical Emerson Lavicchi, que pretende lança-la muito em breve.
Janeiro: assinatura do contrato com a CBS. Sérgio e Raul se tornam amigos. Com Raulzito, Sérgio conhece o rock e o pop internacional em geral. Abril: "Sol 40 graus", com o Trio Ternura, é a primeira letra de Sérgio Sampaio a ganhar as rádios. Ele assina a música como "Sérgio Augusto" e seu parceiro Ian Guest, como "Átila". Compoe e grava numa fita demo "Minha miragem" parceria com Yan, hoje a fita pertence ao produtor musical Emerson Lavicchi, que pretende lança-la muito em breve.
Junho:
compacto "Coco verde/"Ana Juan", direção artística de Raul
Seixas e arranjos de Ian Guest. O disco toca muito, devido à ajuda de amigos
disk-jockeys de Sérgio, mas vende pouco.
Setembro:
LP "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez", com
Raul Seixas, Míriam Batucada e Edy Star, que causa na época o maior fordunço na
gravadora CBS. Também pudera: o disco era uma verdadeira sessão de escracho
musical, uma coleção de pastiches de rock, samba e ritmos nordestinos, com
letras sarcásticas, entremeadas por piadas e sátiras ao cotidiano em forma de
vinhetas malucas.
Outubro:
Sérgio participa do VI FIC com "No ano 83", de sua autoria. A seu
lado, nos vocais, Jane Vaquer, futuramente conhecida como Jane Duboc.
1972
Março: conhece o guitarrista Renato Piau nos corredores da CBS.
Março: conhece o guitarrista Renato Piau nos corredores da CBS.
Abril:
compacto "Classificados nº 1"/ "Não adianta". Direção
artística de Raul Seixas.
Setembro: Pelas mãos de Raul Seixas, que já estava na gravadora, Sérgio ingressa na Phillips, dirigida por André Midani, para trabalhar com o produtor Roberto Menescal. Gravação de "Eu quero é botar meu bloco na rua", inscrita no VII FIC, com presença de Piau no violão, Ivan Machado no baixo, os "Cream Crackers" na percussão, Raul Seixas e membros dos Golden Boys no coro.
Setembro: Pelas mãos de Raul Seixas, que já estava na gravadora, Sérgio ingressa na Phillips, dirigida por André Midani, para trabalhar com o produtor Roberto Menescal. Gravação de "Eu quero é botar meu bloco na rua", inscrita no VII FIC, com presença de Piau no violão, Ivan Machado no baixo, os "Cream Crackers" na percussão, Raul Seixas e membros dos Golden Boys no coro.
Outubro:
estouro no FIC com o "Bloco", que invade as rádios de todo o Brasil. Em poucos meses, vendas de mais de 300 mil
compactos.
Dezembro: Sérgio contrai tuberculose, mas ainda assim começa as gravações de um LP para a Phillips, com produção de Raul Seixas, e na banda de apoio Renato Piau, o tecladista José Roberto Bertrami, o baixista Alexandre Malheiros e Ivan "Mamão" Conti na bateria. Também participam os "Cream Crackers" e o baterista Wilson das Neves.
Dezembro: Sérgio contrai tuberculose, mas ainda assim começa as gravações de um LP para a Phillips, com produção de Raul Seixas, e na banda de apoio Renato Piau, o tecladista José Roberto Bertrami, o baixista Alexandre Malheiros e Ivan "Mamão" Conti na bateria. Também participam os "Cream Crackers" e o baterista Wilson das Neves.
1973
Março: sai o LP "Eu quero é botar meu bloco na rua". Mesmo contendo a música de grande sucesso, torna-se um fracasso comercial e de crítica. No entanto, permanece até hoje como o disco preferido da maioria dos sampaiófilos. Apesar da boa execução nas rádios de músicas como "Viajei de trem", uma toada-rock de alta lisergia, a valsa pop "Leros & leros & boleros" e os sambas "Odete" e "Cala a boca, Zebedeu", a vendagem não ultrapassa as 5 mil cópias.
Março: sai o LP "Eu quero é botar meu bloco na rua". Mesmo contendo a música de grande sucesso, torna-se um fracasso comercial e de crítica. No entanto, permanece até hoje como o disco preferido da maioria dos sampaiófilos. Apesar da boa execução nas rádios de músicas como "Viajei de trem", uma toada-rock de alta lisergia, a valsa pop "Leros & leros & boleros" e os sambas "Odete" e "Cala a boca, Zebedeu", a vendagem não ultrapassa as 5 mil cópias.
Maio:
apresentação na série de shows "Phono 73", em São Paulo.
Outubro: Sérgio recebe o "Troféu Imprensa", o "Oscar brasileiro", do programa "Sílvio Santos", na TV Globo, como "Revelação de 72".
Outubro: Sérgio recebe o "Troféu Imprensa", o "Oscar brasileiro", do programa "Sílvio Santos", na TV Globo, como "Revelação de 72".
1974
Janeiro: compacto "Meu pobre Blues"/ "Foi ela". A primeira, uma lírica e dúbia elegia ao seu ídolo de juventude, Roberto Carlos. A segunda, um samba com feeling de rock, cadenciado e envolvente.
Janeiro: compacto "Meu pobre Blues"/ "Foi ela". A primeira, uma lírica e dúbia elegia ao seu ídolo de juventude, Roberto Carlos. A segunda, um samba com feeling de rock, cadenciado e envolvente.
Abril:
casa-se com Maria Verônica Martins (Ponka), numa cerimônia hippie em Cachoeiro.
Aplica um beijo na testa do Juiz de Paz no final.
Junho:
rescinde o contrato com a Phillips e retira-se por algum tempo em Mimoso,
cidade próxima a Cachoeiro, onde compõe o samba "Velho bandido".
1975
Janeiro: retorna ao Rio e ingressa na gravadora Continental.
Janeiro: retorna ao Rio e ingressa na gravadora Continental.
Junho:
compacto "Velho bandido"/"O teto da minha casa", com produção
de Roberto M. Moura e arranjos do violonista João de Aquino.
Novembro:
sua marchinha "Cantor de rádio" é incluída no LP "Convocação
Geral nº 2", da Som Livre.
1976
Janeiro: show "O pulo do gato", da SOMBRÁS, no Teatro Casa Grande, com Jards Macalé e Dona Ivone Lara. Entre maio e junho, gravações e lançamento do LP "Tem que acontecer", muito elogiado pela crítica mas pouco executado nas rádios.
Janeiro: show "O pulo do gato", da SOMBRÁS, no Teatro Casa Grande, com Jards Macalé e Dona Ivone Lara. Entre maio e junho, gravações e lançamento do LP "Tem que acontecer", muito elogiado pela crítica mas pouco executado nas rádios.
1977
Março: compacto "Ninguém vive por mim / História de boêmio(Um abraço em Nélson Gonçalves).
Março: compacto "Ninguém vive por mim / História de boêmio(Um abraço em Nélson Gonçalves).
Junho:
cancelamento de um novo LP para a Continental seguido da rescisão do contrato.
Agosto:
show no Teatro Tonelero, organizado por universitários, com Fágner, Zé Ramalho,
Geraldo Azevedo e Lô Borges.
1978
Junho: internação no Hospital Miguel Couto do Rio com uma crise de pancreatite.
Novembro: lota por uma semana o Teatro Opinião, do Rio, com o show "Agora".
Junho: internação no Hospital Miguel Couto do Rio com uma crise de pancreatite.
Novembro: lota por uma semana o Teatro Opinião, do Rio, com o show "Agora".
1979
Julho: temporada de 15 dias na Sala Funarte/Sidney Miller, no Rio, ao lado do compositor Carlos Pinto.
Julho: temporada de 15 dias na Sala Funarte/Sidney Miller, no Rio, ao lado do compositor Carlos Pinto.
1982
LP independente "Sinceramente". Um trabalho denso e confessional, enfocando ao mesmo tempo as diversas facetas pessoais e artisticas de Sampaio. Lançado em meio à explosão de ursinhos blau-blaus, batatas-fritas e folias na praia da "niuêive" carioca, o disco passa despercebido.
LP independente "Sinceramente". Um trabalho denso e confessional, enfocando ao mesmo tempo as diversas facetas pessoais e artisticas de Sampaio. Lançado em meio à explosão de ursinhos blau-blaus, batatas-fritas e folias na praia da "niuêive" carioca, o disco passa despercebido.
1983
Fevereiro: nasce João Sampaio, da união com Angela. O compositor Xangai (Eugênio Avelino) é o padrinho.
Fevereiro: nasce João Sampaio, da união com Angela. O compositor Xangai (Eugênio Avelino) é o padrinho.
1986/87
Mesmo os mais atentos fãs acham que Sampaio abandonou a carreira. Raramente se ouve falar nele. Seus discos viram peças de colecionador, disputados a tapa nos sebos de todo o páis. Letras como as de "Meu pobre Blues" ou "Ninguém vive por mim", músicas lançadas apenas em compacto, são cultuadas e reconstituídas verso a verso pelos "sampaiófilos" de carteirinha. Os 80 são realmente um habitat muito ingrato para Sampaio: nenhuma música no rádio, magros direitos autorais e escassos shows, quase sempre em bares e sem nenhuma cobertura da mídia. Na vida pessoal, o alcoolismo minando dia a dia suas forças. Ainda assim, o artista continua compondo regularmente e cada vez melhor suas novas músicas, que apresenta nos shows lado a lado com seus cavalos de batalha.
Mesmo os mais atentos fãs acham que Sampaio abandonou a carreira. Raramente se ouve falar nele. Seus discos viram peças de colecionador, disputados a tapa nos sebos de todo o páis. Letras como as de "Meu pobre Blues" ou "Ninguém vive por mim", músicas lançadas apenas em compacto, são cultuadas e reconstituídas verso a verso pelos "sampaiófilos" de carteirinha. Os 80 são realmente um habitat muito ingrato para Sampaio: nenhuma música no rádio, magros direitos autorais e escassos shows, quase sempre em bares e sem nenhuma cobertura da mídia. Na vida pessoal, o alcoolismo minando dia a dia suas forças. Ainda assim, o artista continua compondo regularmente e cada vez melhor suas novas músicas, que apresenta nos shows lado a lado com seus cavalos de batalha.
1988
Outubro: temporada de 10 dias na Sala Funarte, do Rio, com Jards Macalé.
Outubro: temporada de 10 dias na Sala Funarte, do Rio, com Jards Macalé.
1989
Encontra
com Raul Seixas em São Paulo. O Sérgio se assusta o o estado do amigo. O encontro
foi gravado em video pelo RRC.
1990
Novembro: shows no Segredo de Itapuã, Bahia, ao lado de Xangai. Parte do Show foi lançadop em CD Demo. Sérgio começa a namorar a produtora de shows Regina Pedreira e resolve mudar-se para a Bahia.
Novembro: shows no Segredo de Itapuã, Bahia, ao lado de Xangai. Parte do Show foi lançadop em CD Demo. Sérgio começa a namorar a produtora de shows Regina Pedreira e resolve mudar-se para a Bahia.
1991/92
Os ares baianos fazem muito bem a Sampaio, que vivencia uma espécie de renascimento artístico e pessoal. Novas composições e diversos shows em bares da periferia de Salvador e em outros estados nordestinos.
Os ares baianos fazem muito bem a Sampaio, que vivencia uma espécie de renascimento artístico e pessoal. Novas composições e diversos shows em bares da periferia de Salvador e em outros estados nordestinos.
Outubro/92:
participação no show "Baú do Raul", na Concha Acústica do Teatro
Castro Alves, na Bahia, cantando músicas do LP "Sociedade
Kavernista...".
1993
Fevereiro: no aniversário do filho João, Sérgio anuncia que deixou a bebida. Ao longo do ano, shows em Brasília, Goiânia, Vitória e Rio de Janeiro.
Fevereiro: no aniversário do filho João, Sérgio anuncia que deixou a bebida. Ao longo do ano, shows em Brasília, Goiânia, Vitória e Rio de Janeiro.
1994
Janeiro: Convite do selo paulista Baratos Afins para gravação de um CD de inéditas. Abril: aniversário no Rio com presença de amigos como Sérgio Natureza, Chico Caruso e Luiz Melodia.
Janeiro: Convite do selo paulista Baratos Afins para gravação de um CD de inéditas. Abril: aniversário no Rio com presença de amigos como Sérgio Natureza, Chico Caruso e Luiz Melodia.
Maio:
internação no CTI do Hospital IV Centenário com crise aguda de pancreatite.
Sérgio estava muito debilitado, nao queria ser visto por ninguém, falece às 5
da manhã do dia 15 de maio. Poucas pessoas acompanham o enterro, sinal de
abandono, a mídia pouco se falou. O maldito descansava...
2006
Depois
de muito tempo esquecido, enfim a volta. Cd Cruel produzido por Zeca Baleiro.
OBRAS:
· A
corda ré quebrou (inédita)
· A
luz e a semente
· A
rebelião das biritas (inédita)
· Adiante
(inédita)
· Ai,
ai de mim (inédita)
· Amei
você um pouco demais (c/ Raul Seixas)
· Amigo
de Béu (inédita)
· Ana
Juan (c/ Odibar)
· As
pessoas que eu amei (inédita)
· Até
outro dia
· Bem
que eu me avisei (inédita)
· Brasília
· Cabra
cega
· Cabras
pastando
· Cada
lugar na sua coisa
· Cantar
bonito (inédita)
· Cantor
de rádio
· Cavalo
doido (inédita)
· Chorinho
Inconseqüente (c/ Erivaldo Santos)
· Chuva
fina (inédita)
· Classificados
nº 1
· Coco
verde
· Cris
(inédita)
· Cruel
· D.
Maria de Lourdes
· De
morro abaixo (inédita)
· De
olho na porta (inédita)
· Dente
de vampiro (inédita)
· Destino
trabalhador (inédita)
· Diabo
no corpo
· Doce
melodia
· Em
nome de Deus
· Essa
tal de mentira
· Esse
menino (inédita)
· Êta
vida (c/ Raul Seixas)
· Eu
acho graça
· Eu
caio não (inédita)
· Eu
lhe agradeço (inédita)
· Eu
não quero dizer nada
· Eu
quero é botar meu bloco na rua
· Eu
sou aquele que disse
· Eu
vou do que vier (c/ Hyldon - inédita)
· Faixa
seis
· Feminino
coração de Deus
· Filme
de terror
· Foi
ela
· História
de boêmio (Um abraço em Nélson Gonçalves)
· Hoje
é quarta-feira (c/ Tony e Frankye)
· Hoje
não (inédita)
· Homem
de trinta
· Hora
de partir
· Labirintos
negros
· Leros,
leros e boleros
· Magia
pura
· Mais
uma dor (inédita)
· Maiúsculo
· Malandro
é o gato (inédita)
· Mar
Morto (inédita)
· Menino
da rua (sobre letra de Orestes Barbosa, inédita)
· Mestiço
(c/ Pádua)
· Meu
filho João (inédita)
· Meu
filho, minha filha
· Meu
pobre blues
· Meu
único disco do Pink Floyd (inédita)
· Minha
miragem (c/ Ian Guest)(inédita)
· Muito
além do jardim
· Na
captura
· Não
adianta
· Não
tem fim (inédita)
· Não
tenha medo, não (Rua Moreira, 65)
· Nem
assim
· Nicuri
é o diabo (c/ Raul Seixas)
· Ninguém
vive por mim
· No
ano 83O caso de vocês (inédita)
· O
cello e flauta (inédita)
· O
filho do ovo
· O
que será de nós (inédita)
· O
seu lugar (inédita)
· O
teto da minha casa
· Odete
· Olha
Meu Rei (inédita)
· Pavio
do destino
· Pequeno
mistério (inédita)
· Pobre
meu pai
· Polícia,
bandido, cachorro, bandido
· Por
te amar (c/ Sergio Natureza)
· Quanto
mais
· Quase
sempre assim (inédita)
· Quatro
paredes
· Que
loucura
· Quem
é do amor
· Quero
encontrar um amor
· Quero
ir (c/ Raul Seixas)
· Raulzito
Seixas
· Real
beleza
· Roda
morta (c/ Sergio Natureza)
· Rosa
púrpura de Cubatão
· Sabes
(inédita)
· Sinceramente
· Só
cantar (inédita)
· Só
para ganhar o carnaval (inédita)
· Só
para o seu coração
· Sol
40 graus (c/ Ian Guest)
· Tem
que acontecer
· Todo
mundo está feliz
· Tolo
fui eu
· Triste
sina (inédita)
· Última
esperança (inédita)
· Uma
quase mulher
· Vá
tomar a pílula (inédita)
· Vê
se dá um jeito nisso (c/ Raul Seixas e Mauro Motta)
· Velho
bandido
· Velho
bode (c/ Sergio Natureza)
· Viajei
de trem
· Você
e Eu (inédita)
DISCOGRAFIA:
(1971)
SOCIEDADE DA GRÃ-ORDEM KAVERNISTA APRESENTA SESSÃO DAS DEZ - “Raul Seixas,
Sérgio Sampaio, Edy Star e Míriam Batucada”
1. Êta vida
(Raul Saixas – Sergio Sampaio) – Raul e Sergio
2. Sessão das dez (Raul Seixas) – Edy
3. Eu vou botar pra ferver (Raul Seixas) – Raul e Sergio
4. Eu acho graça (Sergio Sampaio) – Sergio
5. Chorinho inconsequente (Sergio Sampaio – Erivaldo Santos) – Miriam
6. Quero ir (Raul Seixas – Sergio Sampaio) – Raul e Sergio
7. Soul tabarôa (Antonio Carlos – Jocaffi) – Miriam
8. Todo mundo esta feliz (Sergio Sampaio) – Sergio
9. Aos trancos e barrancos (Raul Seixas) – Raul
10. Eu não quero dizer nada (Sergio Sampaio) – Edy
11. Dr. Pacheco (Raul Seixas) – Raul
12. Finale (D.P.)
3. Eu vou botar pra ferver (Raul Seixas) – Raul e Sergio
4. Eu acho graça (Sergio Sampaio) – Sergio
5. Chorinho inconsequente (Sergio Sampaio – Erivaldo Santos) – Miriam
6. Quero ir (Raul Seixas – Sergio Sampaio) – Raul e Sergio
7. Soul tabarôa (Antonio Carlos – Jocaffi) – Miriam
8. Todo mundo esta feliz (Sergio Sampaio) – Sergio
9. Aos trancos e barrancos (Raul Seixas) – Raul
10. Eu não quero dizer nada (Sergio Sampaio) – Edy
11. Dr. Pacheco (Raul Seixas) – Raul
12. Finale (D.P.)
(1973)
EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA
1. Lero e
leros e boleros
2. Filme de terror
3. Cala a boca Zébedeu
4. Pobre meu pai
5. Labirintos negros
6. Eu sou aquele que disse
7. Viajei de trem
8. Não tenha medo, não (rua Moreira, 65)
9. Dona Maria de Lourdes
10. Odete
11. Eu quero é botar meu bloco na rua
12 Raulzito Seixas
3. Cala a boca Zébedeu
4. Pobre meu pai
5. Labirintos negros
6. Eu sou aquele que disse
7. Viajei de trem
8. Não tenha medo, não (rua Moreira, 65)
9. Dona Maria de Lourdes
10. Odete
11. Eu quero é botar meu bloco na rua
12 Raulzito Seixas
(1976)
TEM QUE ACONTECER
1. Até outro
dia
2. Que loucura
3. Cada lugar na sua coisa
4. Cabras pastando
5. Velho bode
6. O que pintar, pintou
7. A luz e a semente
8. Quanto mais
9. Tem que acontecer
10. Quatro paredes
11. Filho do ovo
12. Velho bandido
3. Cada lugar na sua coisa
4. Cabras pastando
5. Velho bode
6. O que pintar, pintou
7. A luz e a semente
8. Quanto mais
9. Tem que acontecer
10. Quatro paredes
11. Filho do ovo
12. Velho bandido
(1983)
SINCERAMENTE
1. Homem de
trinta
2. Na captura
3. Tolo fui eu
4. Só para o seu coração
5. Essa tal de mentira
6. Meu filho, minha filha
7. Cabra cega
8. Sinceramente
9. Nem assim
10. Doce melodia (com Luiz Melodia)
11. Faixa seis
3. Tolo fui eu
4. Só para o seu coração
5. Essa tal de mentira
6. Meu filho, minha filha
7. Cabra cega
8. Sinceramente
9. Nem assim
10. Doce melodia (com Luiz Melodia)
11. Faixa seis
(1994)
DISCO INÉDITO (ou Cru)*
1. Em nome de
Deus
2. Roda morta ou reflexões de um executivo
3. Polícia, bandido, cachorro e dentista
4. Brasília
5. Quero encontrar um amor
6. Magia pura
7. Muito além do jardim
8. Destino trabalhador
9. Pavio do destino
10. Uma quase mulher
11. Rosa púrpura de Cubatão
12. Chuva fina
13 Menino João (bônus track ao vivo)
2. Roda morta ou reflexões de um executivo
3. Polícia, bandido, cachorro e dentista
4. Brasília
5. Quero encontrar um amor
6. Magia pura
7. Muito além do jardim
8. Destino trabalhador
9. Pavio do destino
10. Uma quase mulher
11. Rosa púrpura de Cubatão
12. Chuva fina
13 Menino João (bônus track ao vivo)
*Essas
músicas depois foram melhor acabadas e lançadas no disco póstumo Cruel.
(1998)
BALAIO DO SAMPAIO
“Tributo
Organizado e produzido por Sérgio Natureza, antigo parceiro de Sérgio Sampaio”
1. Sergio
Sampaio – Eu quero é botar meu bloco na rua (Remasterizada)
2. Chico Cesar – Em nome de Deus
3. Erasmo Carlos – Feminino coração de Deus
4. João Bosco – Rosa púrpura de Cubatão
5. Zeca Baleiro – Tem que acontecer
6. Zizi Possi – Meu pobre blues
7. Lenine – Pavio do destino
8. João Nogueira – Até outro dia
9. Eduardo Duzek – Velho bode
10. Renato Piau – Que loucura
11. Járds Macalé – Velho bandido
12. Luiz Melodia – Cala a boca Zébedeu
13. Elba Ramalho – Eu quero é botar meu bloco na rua
2. Chico Cesar – Em nome de Deus
3. Erasmo Carlos – Feminino coração de Deus
4. João Bosco – Rosa púrpura de Cubatão
5. Zeca Baleiro – Tem que acontecer
6. Zizi Possi – Meu pobre blues
7. Lenine – Pavio do destino
8. João Nogueira – Até outro dia
9. Eduardo Duzek – Velho bode
10. Renato Piau – Que loucura
11. Járds Macalé – Velho bandido
12. Luiz Melodia – Cala a boca Zébedeu
13. Elba Ramalho – Eu quero é botar meu bloco na rua
(2002)
SÉRGIO SAMPAIO – COLETÂNEA SÉRIE WARNER 25 ANOS
01 Até outro
dia
02 Que loucura
03 Cada lugar na sua coisa
04 Cabras pastando
05 Velho bode
06 O que pintá, pintô
07 A luz e a semente
03 Cada lugar na sua coisa
04 Cabras pastando
05 Velho bode
06 O que pintá, pintô
07 A luz e a semente
08 Quanto
mais
09 Tem que acontecer
10 O filho do ovo
11 Velho bandido
12 O teto da minha casa
13 Ninguém vive por mim
14 Quatro paredes
09 Tem que acontecer
10 O filho do ovo
11 Velho bandido
12 O teto da minha casa
13 Ninguém vive por mim
14 Quatro paredes
(2006)
CRUEL - “Disco póstumo produzido pelo Zeca Baleiro”
1. Em nome de
Deus
2. Roda morta
3. Polícia, bandido, cachorro e dentista
4. Brasília
5. Magia pura
6. Rosa púrpura de Cubatão
7. Muito além do jardim
8. Real beleza
9. Pavio do destino
10. Quero encontrar um amor
11. Quem é do amor
12. Cruel
13. Uma quase mulher
14. Maiúsculo
3. Polícia, bandido, cachorro e dentista
4. Brasília
5. Magia pura
6. Rosa púrpura de Cubatão
7. Muito além do jardim
8. Real beleza
9. Pavio do destino
10. Quero encontrar um amor
11. Quem é do amor
12. Cruel
13. Uma quase mulher
14. Maiúsculo
(2009)
HOJE NÃO*
*
Tributo à Sérgio Sampaio, de autoria dos cantores Juliano Gauche e Duo Zebedeu
Nativos
de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, têm outro motivo musical para se
orgulhar de sua cidade além de Roberto Carlos. Mesmo sem um centésimo da
projeção do Rei, lá também nasceu Sérgio Sampaio. Morto prematuramente - aos 47
anos, em 15 de maio de 1994, após ser internado com uma crise de pancreatite -,
Sampaio foi catalogado no escaninho dos malditos da MPB ou, como lemos no texto
de apresentação do recente tributo "Hoje não!", teria sido "uma
antítese magra e boêmia" de Roberto Carlos.
Ouça
a faixa "Hoje não!":
Lançado
no fim do ano passado pelos capixabas Juliano Gauche e Duo Zebedeu, "Hoje
Não!" investe em repertório menos conhecido, mas tão bom quanto muito do
que ele produziu. Aliás, também no fim de 2009, o selo MZA relançou outro forte
tributo ao compositor, "Balaio do Sampaio", nas vozes de uma
constelação da MPB.
A
vida de Sérgio Moraes Sampaio pode ter sido trágica, e sua carreira pouco
avançou após o sucesso popular, em 1972, da marcha-rancho "Eu quero é
botar meu bloco na rua" (concorrente do Festival Internacional da Canção
daquele ano), mas seu legado artístico é grande. Radialista em Cachoeiro, onde
começou a fazer música, ele chegou ao Rio em 1967 para tentar a vida como
cantor e compositor. Após mais três anos em emissoras de rádio cariocas,
conheceu Raul Seixas, então produtor na CBS (atual Sony Music), que passou a
apostar em suas composições. Em 1971, depois de lançar um compacto produzido
por Raul, Sampaio juntou-se a este e aos cantores Edy Star e Miriam Batucada no
álbum conceitual "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das
Dez" - ignorado na época, hoje é disputado a tapa por colecionadores. No
ano seguinte, contratado pela Philips (atual Universal), gravou o compacto de
"Eu quero é botar meu bloco na rua", que na época vendeu mais de 300
mil cópias. Mas o álbum de mesmo nome, em 1973, não conseguiu repetir o
sucesso. Os poucos discos seguintes, um na gravadora Continental ("Tem que
acontecer", 1976) e outro independente ("Sinceramente", 1982),
tampouco aconteceram comercialmente, mesmo confirmando o original cantor e
compositor.
"Hoje
não!" traz mais provas disso na voz do bom cantor Juliano Gauche,
acompanhado pelos também bons violonistas Fábio Carmo e Júlio Santos, que,
antes de entrar no estúdio, vinham apresentando o espetáculo "Tangos e
outras delícias de Sérgio Sampaio". No disco, eles passeiam por 12
composições, incluindo a inédita faixa-título. Canções que flertam com samba,
pop, tango, blues e bolero, com letras de humor ácido, como ouvimos aqui em
"Filme de terror", "Real beleza", "Nem assim",
"Homem de trinta" e "Polícia, cachorro, bandido e
dentista": "...porque dentista policia minha boca como se fosse bandido
/ Porque bandido age sempre às escuras como se fosse cachorro / Porque cachorro
não distingue o inimigo como se fosse polícia / Porque polícia bandideia minha
boca como se fosse dentista".
01-Não
Tenha Medo Não
02-Magia
Pura
03-Cruel
04-Homem
de Trinta
05-Brasília
06-Hoje
Não!
07-Pavio
do Destino
08-Nem
Assim
09-Polícia,
Cachorro, Bandido, Dentista
10-Real
Beleza
11-Filme
de Terror
12-Em Nome de
Deus
COMPACTOS:
1971
- Compacto (Côco verde)
1. Côco verde
2. Ana Juan
2. Ana Juan
1972
- Compacto (Classificados nº 1)
1.
Classificados nº 1
2. Não adianta
2. Não adianta
1972
- Compacto (Eu quero é botar meu bloco na rua)
1. Eu
quero é botar meu bloco na rua
1974
- Compacto (Meu pobre blues)
1. Meu pobre
blues
2. Foi ela
2. Foi ela
1975 -
Compacto (Velho bandido)
1. Velho
bandido
2. O teto da minha casa
2. O teto da minha casa
1975 -
Convocação geral nº 2 Som Livre
Sergio Sampaio – Cantor de rádio
Sergio Sampaio – Cantor de rádio
1977 -
Compacto (Ninguém vive por mim)
1. Ninguém
vive por mim
2. História de um boêmio (um abraço no Nelson Gonçalves)
2. História de um boêmio (um abraço no Nelson Gonçalves)
OUTROS
SONS:
(1986)
SÉRGIO SAMPAIO AO VIVO NO CABARÉ MINEIRO
Registro
digitalizado de partes de um show do poeta maldito Sérgio Sampaio, realizado em
Belo Horizonte, em 1986, na extinta e saudosa casa de espetáculo, o Cabaré
Mineiro. Me lembro de ter visto por lá shows maravilhosos, de artistas
nacionais e internacionais. Taí uma das coisas boas dos anos 80, não posso negar.
Este show aconteceu na noite do dia 21 de abril de 1986. Sérgio veio a Beagá
acompanhado do violonista (hoje ainda mais destacado) Moacyr Luz. Para este
registro, eu fiz questão de produzir a arte (completa) e ainda dei um trato no
áudio e uma nova editada. Pelo que me informou o Trix, este registro ele
conseguiu de um colecionador. A gravação foi feita em fita cassete, talvez
extraída diretamente da mesa de som, quase não se escuta a platéia. As vezes,
até se tem a impressão de que o local devia estar meio vazio, mas não estava
não. Tenho um amigo que assistiu ao show, comentei com ele sobre esta gravação.
Ele disse que a Casa estava sempre cheia, inclusive nesse dia do show do
Sérgio. O grande barato da gravação é conter ali algumas músicas, até então, inéditas.
Coisas que só viriam a aparecer no álbum póstumo, “Cruel”, produzido por Zeca
Baleiro. Há também duas outras músicas ainda hoje inéditas, as quais não
sabemos o nome. Eu tomei a liberdade de nomeá-las como “Eu não minto quanto
faço” e “O que eu sinto agora”. São títulos que me pareceram mais adequados
para essas canções, frases chaves contidas nas letras. Agradeço mais uma vez ao
amigo Trix, que nos brindou com essa pedra bruta. Salve Sérgio Sampaio! Um
artista prá lá de genial. Confiram!
01-Viajei
de trem
02-Pobre
meu pai
03-Cala
a boca zebedeu
04-Quatro
paredes
05-Eu
quero é botar meu bloco na rua
06-Que
loucura
07-Eu
não minto quando faço
08-Meu
pobre blues
09-Roda
morta (reflexões de um executivo)
10-Cabras
pastando
11-Ninguém
vive por mim
12-O
que eu sinto agora
COMPOSIÇÕES
DE SÉRGIO SAMPAIO GRAVADAS POR OUTROS ARTISTAS
DOCUMENTÁRIO:
CACHOEIRO
EM TRÊS TONS
DOWNLOAD
VÍDEOS DE
SÉRGIO SAMPAIO:
VÁRIOS VÍDEOS DE SÉRGIO SAMPAIO
VÁRIOS VÍDEOS DE SÉRGIO SAMPAIO
GRAVAÇÕES
CASEIRAS – (1991) AO VIVO
CADA LUGAR NA
SUA COISA
ENTREVISTA
COMPLETA COM SÉRGIO SAMPAIO
QUATRO
PAREDES
ÚLTIMA
ESPERANÇA
CABRAS
PASTANDO
SÉRGIO
SAMPAIO – (1992) AO VIVO
TRIBUTO A
SÉRGIO SAMPAIO
TRECHOS DO
SHOW DE SÉRGIO SAMPAIO NA UFES
SÉRGIO
SAMPAIO INTERPRETA LUIZ MELODIA
CRÍTICA:
O
capixaba Sérgio Sampaio foi daqueles artistas não reconhecidos - ou melhor, não
adequadamente avaliados - em seu tempo. Em plena ditadura Médici, estourou
nacionalmente com "Eu quero é botar meu bloco na rua", histórica
marcha-rancho, um dos mais eloqüentes protestos da MPB contra a ditadura. Ainda
jovem e imaturo, com todas as atenções voltadas para si, respondeu com
"Odete", "Viajei de trem" e "Meu pobre blues",
demonstrando sua categoria e versatilidade como compositor, mas parecia
estigmatizado por aquela música tão marcante. Com "Velho bandido" e o
LP “Tem que acontecer” ganhou aplauso da crítica, sem, no entanto alcançar uma
repercussão popular mais significativa. Incompatibilizado com a indústria
musical, de meados dos anos 70 em diante resolveu trilhar um solitário caminho
à margem do mercado, gravando apenas mais um LP, o independente
"Sinceramente", de 1982, e fazendo shows em teatros underground e
bares. Arrolado entre os "malditos" da MPB setentista - Jards Macalé,
Luiz Melodia, Jorge Mautner, entre outros - rotulado de "compositor de uma
música só", Sérgio Sampaio tinha muito mais a oferecer. Permaneceu um
artista puro, que, mesmo longe dos holofotes da mídia, fez do ato de compor e
cantar sua própria razão de ser. Deixou um balaio precioso de músicas inéditas
- um tesouro a ser descoberto por intérpretes dos mais variados gêneros.
Por
Rodrigo Moreira
SÉRGIO
SAMPAIO: MESMO MORTO, CANTOR "BEBEU" COM AMIGOS!*
*Publicado
no Caderno 2 do jornal O Estado de São Paulo em 12/05/2009
Caixa
com restos mortais do artista era “estrela” do sarau Segunda Sem Lei.
Escrito
por Jotabê Medeiros
Curiosa
história cerca os restos mortais de Sérgio Sampaio. Morto em 1994, ele foi
enterrado num jazigo provisório no Cemitério São João Batista, no Rio.
m
três anos, seus ossos foram “desalojados” e a família convocada para ir
buscá-los.
“Li
uma nota no jornal dizendo que se ninguém fosse buscar, iriam para uma vala
comum”, diz João Morais, primo do artista. Ele então entrou em contato com
Ângela, viúva de Sérgio Sampaio (mãe de seu único filho, João Sampaio), e
conseguiram rever os ossos.
João
Moraes conta que lhe deram um esquife bem pequeno, de fibra, com menos de um
metro. Ângela tinha que ir trabalhar e lhe confiou os ossos.
“Embrulhamos
o esquife numa papelaria e eu saí com ele. Atravessei a rua, entrei na Avenida
Figueiredo Magalhães Jr. e entrei num boteco do outro lado da rua. Pedi
uma Caracu e um traçado (pinga com Catuaba) para mim e outra para ele”,
lembra o documentarista.
Depois,
de taxi pelo Rio, deu-se conta de que não podia ficar andando com aqueles ossos
pelo mundo. “Isso pode virar uma Evita Perón”, disse a si mesmo. Tinha no bolso
a nota fiscal de posse dos restos mortais de Sérgio Sampaio. “Tenho até
hoje”. Foi então que voltou para sua casa em Cachoeiro de Itapemirim.
Como estava prestes a sair o disco Balaio do Sampaio, um tributo a Sérgio,
resolveram então que ele guardaria os ossos. “Pensamos em confiar a uma
funerária para guardar, mas eu tive medo. E se pegasse fogo?”, conta João.
Resolveu então manter Sérgio no armário.
João
tem um senso de humor apurado, além da irreverência. Resolveu então criar um
evento chamado “Segunda Sem Lei”, no qual abria a casa para qualquer um que
quisesse entrar para beber, conversar e tocar violão.
Dependendo
do clima, quando “baixava” o Sérgio na mesa, eu descia a caixa e ele vinha
beber com a gente algumas rodadas. As pessoas escreviam na caixa.
O
poeta Chacal escreveu. O compositor Sérgio Natureza
também”. Natureza não sabia no que
estava escrevendo. Estava hospedado na casa de João Moraes. Quando ia dormir,
enrolado na toalha, João lhe informou que, no armário do quarto, estavam os
restos de Sampaio. Natureza se recusou a dormir lá, bandeou-se de toalha e
tudo. Esta história vai ser contada no novo documentário de João Moraes, em
breve. “Eu achava que poderia parecer desrespeito, mas depois me toquei que
essa picardia era a cara dele”.
Por Jotabê
Medeiros
BIBLIOGRAFIA
DE SERGIO SAMPAIO:
Eu
quero é botar meu bloco na rua! A trajetória de Sérgio Sampaio
"Eternizando
Sérgio Sampaio: Rodrigo Moreira debruça-se em uma narrativa detalhada da
intrigante trajetória do compositor. Um relato biográfico intenso, cheio de
curiosidades saborosas. Rodrigo Moreira apresenta um documento precioso para a
memória artística".
ISBN
85-7543-025-4
242 pp / ilustrado pb / formato: 14 x 21
Preço: R$30,00 + frete postal
Livreiros: desconto de 40%
Pedidos via mala direta: editora.muiraquita@gmail.com
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BIBLIOGRAFIA
CRÍTICA:
· ALBIN,
Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação
e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro:
Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu,
2006.
· AMARAL,
Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed.
Esteio Editora, 2010.
· MARCONDES,
Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira - erudita, folclórica
e popular. 2 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
· MARCONDES,
Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira - erudita, folclórica
e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
· MOREIRA,
Rodrigo. Eu quero é botar meu bloco na rua. Rio de Janeiro: Editora Muiraquitã,
2000.
· MOREIRA,
Rodrigo. Eu quero é botar meu bloco na rua. Rio de Janeiro: Editora Muiraquitã,
2ª Edição Revista e ampliada. 2003.
SITES:
LINK
COM TODOS OS DISCOS E DOCUMENTÁRIO DE SÉRGIO SAMPAIO:
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