BANDAS CAPIXABAS: MAESTRO PESTANA

No dia 01/04/2009, quando voltava pra casa, C.F. achou no banco de um táxi uma pasta com algumas partituras avulsas. Recolheu o material e saltou uns vinte metros antes do seu destino. Em seguida, viu que as composições, assinadas por um tal de Pestana, datavam do século XIX. Imediatamente começou a folhear e notou uma vasta produção artística com algumas palavras íntimas ou confissões. Absorto naquelas folhas antigas, C.F. resolveu mostrá-las a seus amigos, e juntos fizeram “um som”, utilizando muito ruído e silêncio, num movimento contagiante. Pronto! Formaram uma banda pra se divertirem e apelidaram-na com o nome do compositor em questão, Maestro Pestana. Misturando aqueles papéis a várias vertentes da música popular brasileira, numa confusão sucessiva de ritmo, harmonia, melodia e esquizofrenia, acabaram criando um não-estilo. Definiram suas músicas como “uma grande economia de tudo”, soando sempre através das pessoas e das coisas. Em suma, uma identidade anônima, numa forma amorfa. Sérgio Sampaio, referindo-se aos Beatles, dizia que uma banda sempre atira uma sonoridade, como uma flecha no vazio, e que outra banda a recolhe, para enviá-la numa outra direção.

A crítica diz que Maestro Pestana é mais verossímil do que seus predecessores porque admite sua ficcionalidade. Quem sabe eles até tenham trocado o material da flecha. Raul passou por Elvis, mas para sair dele; Zé Ramalho passou por Dylan, mas talvez seja do Cordel que ele esteja mais próximo. Sim, fragmentado e estridente, o apelo aos instrumentos de nossa atualidade. Conforme declaram às pessoas, “esse caderno encontrado no banco traseiro daquele táxi parece infinito de idéias” ou “enquanto houver páginas, vai haver vida; e, existindo vida, vai existir música”. O que isso significa? It’s only Rock 'n' Roll, baby!

COMPONENTES: